Em audiência pública no Senado, ele afirmou que metade da população “vacinável” receberá as doses até junho. O restante, até dezembro
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou nesta quinta-feira, 11, que todos os brasileiros aptos a receber imunizantes contra a covid-19 serão vacinados ainda em 2021. Em audiência pública no Senado, ele afirmou que metade da população “vacinável” receberá as doses até junho. O restante, até dezembro. Pazuello foi convidado pelos senadores a explicar ações do ministério no combate ao novo coronavírus.
“Nós vamos vacinar o país em 2021. 50% até junho, 50% até dezembro, da população vacinável. Esse é o nosso desafio e é o que nós estamos buscando e vamos fazer“, afirmou Pazuello. O ministro não especificou quantas pessoas estão entre as “vacináveis”. Não podem receber vacinas, por exemplo, gestantes, crianças e grupos nos quais o imunizante não tenha sido testado.
Segundo Pazuello, o contrato feito pelo Butantan disponibilizará 100 milhões de doses da Coronavac no primeiro semestre. A partir de julho, a Fiocruz produzirá no Brasil 20 milhões de doses da vacina da Astrazeneca/Oxford por mês. “Se nós formos à melhor hipótese, estaremos falando de 200 milhões de doses em 2021 com essa encomenda tecnológica: 100 milhões de doses recebidas semiprontas e 100 milhões produzidas com o IFA no Brasil com a tecnologia incorporada”, afirmou.
A expectativa do governo é que o país tenha acesso a 30 milhões de doses por mês a partir de março. Ele conta com a produção do Instituto Butantan, que deve render entre 8 e 12 milhões de doses mensais, da AstraZeneca/Oxford com a Fiocruz e das negociações em curso com laboratórios da Rússia e da Índia. A entrega do Butantan começa a partir de 15 fevereiro. O primeiro lote será de 6 a 8 milhões de doses.
A Bharat Biotech, da Índia, deve entregar 20 milhões de doses ao Brasil, em 60 dias após a contratação. “Começando a entrega em 20, 30 dias, e depois completando o restante. Essa negociação está acontecendo neste momento”, disse Pazuello. Ele ressaltou que o número disponibilizado não é suficiente para imunizar a população brasileira.
“Para vacinar o nosso país, com a nossa população, precisaríamos fabricar vacinas. Não podemos contar com laboratórios que nos vendam apenas as vacinas. Bharat Biotech, 20 milhões de doses. Janssen, 6 milhões de doses. Essas são as realidades até agora”, afirmou o ministro.
Das 11 milhões de doses distribuídas até agora, quase 5 milhões já foram aplicadas. As outras 6 milhões ainda estão com os estados e municípios. O Ministério da Saúde não está estocando imunizantes, disse o ministro. “Decidimos, por estratégia, tudo que chegar, distribuir. Enquanto houver capacidade de estocar nos estados, não vamos fazer estoque no ministério, por estratégia logística”, explicou.