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quinta-feira, 11/12/2025

Meta do Acordo de Paris pode não ser alcançada, alertam cientistas

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As emissões mundiais de dióxido de carbono (CO₂) causadas pela queima de combustíveis fósseis devem crescer 1,1% em 2025, atingindo um novo recorde. Isso dificulta o cumprimento da principal meta do Acordo de Paris: evitar que o aquecimento global ultrapasse 1,5 ºC comparado ao período antes da revolução industrial.

Um relatório elaborado pelo Global Carbon Project e uma equipe de mais de 130 cientistas mostra que as emissões de CO₂ em 2025 podem chegar a 38,1 bilhões de toneladas. Isso fará com que a concentração do gás na atmosfera alcance 425,7 partes por milhão (ppm), um valor 52% maior do que os níveis antes da era industrial.

O relatório indica que ainda restam cerca de 170 bilhões de toneladas de CO₂ que podem ser emitidas antes do aquecimento ultrapassar o limite de 1,5 ºC definido pelo Acordo de Paris. Se esse limite for ultrapassado, as mudanças climáticas serão mais severas e podem causar danos irreversíveis ao clima da Terra.

Essa quantidade restante, conhecida como “orçamento de carbono”, está quase esgotada. Com o aumento das emissões previsto para 2025, os cientistas afirmam que atingir a meta do Acordo de Paris não é mais viável. O documento sugere que um aumento de 1,7 ºC no aquecimento global seja o novo objetivo a ser considerado.

O professor Pierre Friedlingstein, do Global Systems Institute da Universidade de Exeter e líder do estudo, declarou: “Com as emissões de CO₂ ainda crescendo, manter o aquecimento global abaixo de 1,5 ºC já não é mais plausível”. Ele também comentou que o orçamento de carbono para manter esse limite será esgotado antes de 2030, e que as mudanças climáticas têm reduzido a capacidade da terra e dos oceanos de absorverem carbono, o que torna essencial uma redução drástica nas emissões.

O estudo mostra que cerca de 8% do aumento da concentração de CO₂ desde 1960 deve-se à diminuição da capacidade de absorção dos ecossistemas terrestres e marinhos, que ajudam a diminuir o impacto do gás carbônico na atmosfera.

O crescimento das emissões de CO₂ tem sido impulsionado pelo uso de todos os tipos de combustíveis fósseis, com aumento projetado de 0,8% para carvão, 1% para petróleo e 1,3% para gás natural. As emissões causadas pelo desmatamento permanecem altas, na ordem de 4 bilhões de toneladas por ano, enquanto as ações de reflorestamento conseguem compensar cerca de metade dessa quantidade.

Espera-se que as emissões do setor aéreo internacional aumentem 6,8%, ultrapassando os níveis anteriores à pandemia de Covid-19, enquanto as emissões do transporte marítimo internacional devem se manter estáveis.

Emissões por País

Nos Estados Unidos, as emissões devem crescer 1,9%, enquanto na União Europeia o aumento previsto é de 0,4%, interrompendo a queda dos últimos anos.

A China deve ter um aumento de 0,4% nas emissões em 2025, ritmo menor que nos anos anteriores devido ao crescimento moderado do consumo de energia e ao avanço das fontes renováveis.

A Índia deverá aumentar suas emissões em 1,4%, também abaixo das tendências recentes, beneficiada por uma monção precoce que reduziu a necessidade de refrigeração, avanço das energias renováveis e crescimento reduzido no consumo de carvão.

O Japão projeta uma redução de 2,2% nas emissões, enquanto o restante do mundo deve ter crescimento de 1,1%.

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