O Advogado-Geral da União, Jorge Messias, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF), enfrenta um cenário complicado na busca por apoio no Senado Federal. A resistência inicial vem do presidente da Casa, Davi Alcolumbre, que demonstra insatisfação, contribuindo para um ambiente pouco favorável ao indicado.
Líderes parlamentares consultados reservadamente pelo Metrópoles concordam que Messias ainda não possui os 41 votos necessários para sua confirmação. Segundo um senador experiente, essa indicação representa “uma exposição desnecessária” neste momento.
Prestes a embarcar em viagem internacional para participar da Cúpula do G20, Lula não informou o presidente do Senado sobre sua decisão, o que aumentou a tensão. Após a confirmação da escolha, Alcolumbre manteve-se em silêncio e não demonstrará apoio, optando por não contribuir para uma aproximação no Senado.
Durante a disputa pela sucessão do ex-ministro Luís Roberto Barroso, Alcolumbre apoiava o senador e ex-presidente da Casa Rodrigo Pacheco. Sem sucesso, ele não se empenhará para suavizar o ambiente ou angariar votos para Messias.
Há divisões no Senado quanto ao ritmo da aprovação: alguns acreditam que o processo será rápido, outros acham que a sabatina e votação poderão ocorrer apenas em 2026.
Messias será avaliado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde precisará da maioria simples. Na votação em plenário, serão necessários 41 dos 81 senadores para sua confirmação.
Um senador da oposição destacou que encontros individuais com colegas podem ser uma estratégia eficaz, citando o caso do ministro Flávio Dino, que conseguiu reduzir resistências por meio desse método, resultando em aprovação.
Na semana recente, Lula informou Pacheco de que sua indicação não seria eleita, o que gerou descontentamento em parte da base aliada, que preferia o ex-presidente do Senado.
Messias deve iniciar em breve esses encontros individuais para tentar aumentar seu apoio e minimizar a resistência.
O governo está ciente dos desafios após a votação apertada para recondução do Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, que foi aprovado por uma margem estreita de apenas quatro votos acima do mínimo necessário, com placar de 45 a 26.
Esse resultado expressa uma queda significativa em relação à sua aprovação inicial, quando obteve 65 votos favoráveis contra 11 contrários. O declínio no apoio está relacionado à atuação firme de Gonet em processos que envolvem a trama golpista, incluindo denúncias contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e investigações acerca dos atos violentos de 8 de janeiro.
