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sábado, 22/11/2025




Messias é novo desafio do governo para garantir votos na base

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A indicação de Jorge Messias para o Supremo Tribunal Federal (STF) inicia uma nova fase de negociação do governo no Senado, testando a força política da base aliada.

O atual Advogado-Geral da União foi nomeado por Lula (PT) na quarta-feira (20), mesmo não sendo a escolha preferida de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), presidente do Senado, que apoiava Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para substituir Luís Roberto Barroso.

Quando o nome de Messias ganhou força nos bastidores como favorito do presidente, o governo tentou amenizar as tensões com Alcolumbre aprovando as pesquisas na Margem Equatorial, uma pauta defendida vigorosamente pelo senador.

Esse gesto foi interpretado como uma tentativa do Planalto de evitar conflitos com o presidente do Senado, que terá papel crucial na tramitação da indicação. Apesar disso, Alcolumbre já expressou descontentamento com a decisão pessoal de Lula.

Lula confiou fortemente em Messias, priorizando essa nomeação após experiências complicadas em indicações anteriores.

Essa escolha ocorre em um momento delicado para o governo no Congresso. A aprovação do PL Antifacção, liderada pelo deputado Guilherme Derrite (PP-SP), foi realizada apesar das reservas do Planalto. A PEC da Blindagem também gerou atritos, sendo barrada no Senado após pressão popular intensa.

O Senado tem atuado para conter propostas controversas vindas da Câmara, e agora será decisivo para ajustes no PL Antifacção, aguardando parecer do relator, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), que defende assegurar verba à Polícia Federal (PF).

Segundo informações do Metrópoles, Messias busca uma relação positiva com parlamentares do Centrão e da direita para assegurar sua aprovação. Ele pretende iniciar o diálogo com essas bancadas, ressaltando que sua atuação no STF será técnica, sem viés ideológico.

Evangélico

Desde criança, Messias é evangélico e em entrevistas declara que sua fé não influenciará em decisões políticas. Ele promete tratar pautas conservadoras, como o aborto, com base técnica. Essa postura já lhe garantiu apoio parcial da bancada evangélica, embora ainda haja divergências.

Para conquistar a aprovação no Senado, Messias terá de se empenhar fortemente na articulação política. O governo aposta no senador Jacques Wagner (PT-BA), líder do governo, para negociar com Alcolumbre e obter votos favoráveis.

São necessários 41 votos para que Messias entre para a corte mais importante do país. Esse número é visto como incerto, especialmente após o voto apertado para reconduzir Paulo Gonet à Procuradoria-Geral da República (PGR), que foi aprovado por 45 a 26.

Assim, a indicação de Messias serve como indicador da capacidade de articulação de Lula no Senado e representa uma aposta pessoal do presidente para ter um aliado de confiança no STF, buscando equilíbrio entre diferentes grupos políticos e a sociedade.




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