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segunda-feira, 17/11/2025




Mercado vê potencial de alta contínua na Bolsa

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JÚLIA MOURA
SÃO PAULO, PS 9FOLHAPRESS)

O Ibovespa tem mostrado um desempenho forte, superando até mesmo os 12 recordes consecutivos das últimas semanas. O mercado está confiante com a atual fase da Bolsa de Valores brasileira, que subiu 23% no último ano.

“Seguimos otimistas. A alta ainda não acabou. A Bolsa brasileira estava pressionada e agora está se recuperando”, afirma Lucas Stella, diretor da Santander Asset Management.

No ano passado, o índice Ibovespa tinha um índice P/L (relação entre preço das ações e lucro das empresas nos últimos 12 meses) de 8, abaixo da média de 16 dos últimos sete anos, segundo dados da Bloomberg. Isso significa que o investimento no índice seria recuperado somente com a distribuição dos lucros em oito anos.

Agora, com um crescimento recente de 8% desde outubro, o P/L do Ibovespa está em 11,27, ainda abaixo da média histórica recente, o que, segundo especialistas, indica potencial para mais valorização.

“Acreditamos que ainda existe espaço para o crescimento das ações brasileiras, apesar da alta atual. Nosso preço justo para o Ibovespa no final de 2026 é de 170 mil pontos, o que representa um aumento potencial de quase 14%”, comenta Antônio Sanches, analista da Rico. Na última sexta-feira (14), o índice fechou em 157.738 pontos.

Além disso, o movimento é impulsionado pela busca por diversificação além dos Estados Unidos. “2025 está sendo o ano dos mercados emergentes. O S&P 500 subiu 15%, mas os emergentes, em dólar, cresceram mais de 35%”, destaca Stella.

Estrangeiros investiram líquidamente R$ 26 bilhões na Bolsa brasileira até outubro, segundo a Elos Ayta Consultoria, motivados pela desvalorização do dólar e pelos recordes em Wall Street. “Quando o Ibovespa alcança recordes com entradas líquidas de estrangeiros, geralmente isso indica alta duradoura. Já quando há volume alto e saldo negativo, o mercado tende a ficar mais cauteloso”, explica relatório da Elos Ayta.

Por outro lado, a participação de investidores brasileiros ainda é baixa em comparação com o histórico, com pouco aporte de pessoas físicas e fundos institucionais, como fundos de pensão.

Um dos fatores que atrai investimentos é a expectativa de redução da taxa Selic para 12,25% no final de 2026, o que diminui o custo de capital para as empresas e torna investimentos em renda fixa menos atraentes.

“As taxas reais dos títulos do Tesouro, que são um bom indicativo para a renda variável, ainda não caíram muito. Uma queda dessas taxas, junto com a Selic, tende a beneficiar a Bolsa”, avalia Sanches.

Nos Estados Unidos, a expectativa por taxas menores estimula investidores a correrem mais riscos, beneficiando mercados emergentes.

“Há ainda bastante espaço para avanço geral. É natural uma correção após as 15 altas consecutivas, mas ainda estamos em um processo de recuperação”, afirma Stella.

Mesmo com as eleições presidenciais se aproximando, o cenário não preocupa os especialistas. A possível candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos – SP) não é vista como um fator positivo para a Bolsa.

“Se fosse impacto, veríamos efeitos também em outros ativos, como renda fixa, câmbio e ações estatais, mas isso não ocorre”, comenta Stella.

Ele recomenda investir em ações de empresas resistentes, que crescem independentemente do cenário.

Analistas indicam setores preferidos, como saneamento e energia elétrica, que são mais estáveis e pagam bons dividendos.

Por outro lado, empresas de commodities estão em queda, assim como algumas ações de tecnologia que já subiram muito.

“É fundamental que o investidor selecione boas empresas, analise os balanços e verifique se a participação da Bolsa em seu portfólio está adequada ao seu perfil”, aconselha Sanches.

Investimento em renda variável é indicado para perfis moderados e arrojados que tenham reserva de emergência e investimentos em renda fixa.

Outra recomendação é investir por meio de fundos para quem não conhece bem o mercado ou não tem tempo para acompanhar as empresas.

“Há oportunidades na Bolsa, mas não para arriscar sem estratégia. Quem compra só porque o preço subiu pode acabar comprando caro e vendendo com medo. Investir com estratégia é entrar e sair pelos motivos certos”, alerta Carol Stange, planejadora financeira.

Para ela, a Bolsa é adequada para quem tem objetivos de médio e longo prazo e aceita que o processo não será linear, separando emoção de decisão.

“Defendo que a Bolsa é para construir patrimônio, não para atalhos. Quem investe com estratégia e paciência usa a Bolsa para aumentar sua riqueza ao longo do tempo”, conclui Carol.

Ela destaca que não existe uma porcentagem ideal para todos, pois depende de fatores pessoais, como objetivos, prazos, estabilidade financeira e tolerância ao risco.

Bancos recomendam que a maior parte do capital de todos os investidores seja mantida em renda fixa, devido à previsão de Selic alta nos próximos anos.




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