A bolsa brasileira tem alta significativa nesta quarta-feira (26), impulsionada pela expectativa de cortes nas taxas de juros em 2026, o que anima os investidores a buscarem mais riscos.
No cenário internacional, o relatório do Fed sobre a economia dos Estados Unidos e a decisão futura sobre os juros americanos também chamam a atenção dos investidores.
Às 11h27, o Ibovespa, índice principal do mercado de ações brasileiro, subia 1,15%, alcançando 157.717 pontos. O dólar mantinha sua cotação estável, com leve aumento de 0,05%, cotado a R$ 5,379.
No Brasil, o foco está nos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), que mostrou alta de 0,20% em novembro, acima da expectativa de 0,18%, segundo o IBGE.
O índice acumulado em 12 meses até novembro é 4,50%, atingindo o teto da meta de inflação de 3% com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, explica que o cenário mostra mais pontos positivos do que negativos, destacando a desvalorização recente do câmbio, maior estabilidade em preços de commodities, queda nos custos dos alimentos e redução nos custos de produção.
Rodrigo Moliterno, responsável pela renda variável na Veedha Investimentos, ressalta que, embora os dados estejam acima do esperado, indicam uma tendência de queda dos juros, o que mantém o otimismo dos investidores.
Felipe Tavares, economista-chefe da BGC Liquidez, prevê um ciclo de cortes dos juros no Brasil no primeiro trimestre de 2026, citando também um ambiente externo favorável e o impacto de declarações recentes do Banco Central.
O diretor de Política Monetária do Banco Central, Nilton David, afirmou que aumentar a taxa Selic não está mais na estratégia atual, sugerindo que o próximo movimento será uma redução, embora o momento exato ainda seja incerto.
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reforçou que a meta do órgão é manter a inflação em 3%, e que a faixa de 4,5% é apenas para absorver variações temporárias. Ele também observou que o banco pode não cumprir totalmente essa meta durante seu mandato.
No âmbito internacional, a atenção está voltada aos dados econômicos dos EUA, como o Livro Bege, relatório do Federal Reserve que resume a situação econômica do país.
Dados recentes mostram aumento moderado nos preços ao produtor e vendas no varejo abaixo do esperado, indicando uma economia americana um pouco mais fraca.
Leonel Mattos, analista da StoneX, comenta que esses números sugerem um enfraquecimento da economia dos EUA e apoiam a expectativa de cortes de juros na decisão de dezembro.
Ferramentas do mercado indicam uma probabilidade de 82,9% de redução da taxa de juros americana para a faixa de 3,50% a 3,75% no próximo encontro do Fed.
Apesar disso, analistas acreditam que será difícil para o Fed tomar uma decisão definitiva devido à falta de dados recentes pela paralisação do governo federal dos EUA.
Diversos indicadores, como a criação de 119 mil empregos em setembro – acima das expectativas – ainda não foram atualizados, com previsão de divulgação para meados de dezembro.
Reduções nas taxas de juros dos EUA geralmente beneficiam os mercados globais, pois tornam os investimentos alternativos mais atrativos comparados aos títulos do Tesouro americano, que são considerados seguros.
Quando os juros estão altos, investidores geralmente retiram dinheiro de mercados de maior risco para investir em títulos do Tesouro; o efeito contrário ocorre quando há corte nas taxas, favorecendo a diversificação.

