Analistas do mercado financeiro consultados semanalmente pelo Banco Central (BC) diminuíram as expectativas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025, 2026 e 2027. A projeção para 2028 permanece inalterada, segundo os dados do relatório Focus divulgado nesta segunda-feira (8/9).
O PIB representa a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país, estado ou cidade em um ano. Um aumento indica crescimento da economia, enquanto uma redução aponta para uma contração da produção econômica.
A previsão de crescimento do PIB para 2025 caiu de 2,19% para 2,18%. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que a economia brasileira desacelerou no segundo trimestre, com a atividade econômica crescendo 0,4% em comparação aos primeiros três meses do ano, quando o crescimento foi de 1,3%, destacando-se a expansão do setor agrícola.
Projeções do PIB para os próximos anos:
- 2026: redução de 1,87% para 1,85%;
- 2027: queda de 1,89% para 1,88%;
- 2028: mantida em 2%.
O Ministério da Fazenda prevê um crescimento de 2,5% para a economia brasileira em 2023, enquanto o Banco Central estima uma expansão de 2,1%. A expectativa é que o ritmo de crescimento do PIB diminua no segundo semestre do ano.
Relatório Focus
O relatório Focus apresenta as estatísticas baseadas nas expectativas do mercado financeiro coletadas até a sexta-feira anterior à sua divulgação, geralmente às segundas-feiras. Ele mostra a evolução e o comportamento semanal das projeções para índices de preços, atividade econômica, câmbio (dólar), taxa Selic, entre outros indicadores.
As projeções são feitas pelo mercado, e o Banco Central apenas compila e divulga as informações.
Inflação
As projeções para a inflação em 2025 foram mantidas em 4,85%. Entretanto, para os anos seguintes, o mercado ajustou para baixo suas estimativas:
- 2026: de 4,31% para 4,30%;
- 2027: de 3,94% para 3,93%;
- 2028: de 3,80% para 3,70%.
Embora a estimativa para a inflação de 2025 esteja acima do teto da meta estabelecida para este ano, de 4,50%, o mercado sinaliza que está se aproximando do limite máximo definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
A inflação alcançou 5,35% em junho, ultrapassando pela primeira vez o teto da meta desde a implementação do novo regime, que considera o acumulado dos últimos 12 meses, denominado “meta contínua”. No regime de meta contínua, o índice é avaliado mensalmente, e se o acumulado ultrapassar a meta por seis meses consecutivos, a meta é considerada não cumprida.
Perspectivas para agosto
Para agosto, os analistas indicam uma queda de 0,15% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador da inflação no país. A prévia do índice, o IPCA-15, registrou uma deflação de 0,14% em agosto, o menor valor desde setembro de 2022 (-0,37%) e a primeira variação negativa desde julho de 2023.