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sexta-feira, 31/10/2025

Mercado ilegal de remédios para obesidade aumenta e preocupa saúde pública

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Durante o Estadão Summit Saúde, especialistas abordaram os riscos do uso crescente de remédios falsificados e manipulados ilegalmente para tratar a obesidade, uma condição grave que afeta milhões no Brasil.

Considerada uma doença crônica pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade alcança mais de 40 milhões de brasileiros. Novos medicamentos chamados incretinas têm mostrado eficácia para controlar peso e diabetes, mas o aumento do mercado desses remédios tem levado à circulação de produtos irregulares e perigosos.

No debate “O perigo do mercado ilegal para obesidade: do falsificado ao manipulado em massa”, participaram o Dr. Luiz André Magno, da Eli Lilly do Brasil, e Clayton Macedo, da Unifesp e Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), com mediação da jornalista Camila Silveira.

Obesidade é uma doença complexa

Dr. Macedo explicou que a obesidade não é uma questão de vontade, mas uma condição causada por fatores genéticos, hormonais e ambientais, ligada a mais de 200 doenças. Medicamentos como semaglutida e tirzepatida auxiliam no tratamento ao reduzir o apetite e melhorar o metabolismo, trazendo esperança aos pacientes.

Perigo dos remédios falsificados e manipulados

Dr. Luiz André Magno alertou que o sucesso desses medicamentos atraiu o mercado ilegal, com remédios contrabandeados, falsificados e manipulados ilegalmente sendo vendidos em clínicas e online. Muitos produtos não têm controle sanitário, o que representa um grande risco.

Ele destacou que, enquanto os medicamentos originais passam por rigorosos testes e inspeções, os ilegais não seguem essas normas. Entre 2023 e 2024, foram apreendidos 28 quilos de tirzepatida irregular no Brasil, suficiente para fabricar milhões de doses falsas.

Riscos reais para a saúde

Dr. Macedo relatou que usar esses remédios falsos pode causar problemas graves, como intoxicação e até morte, exemplificando com casos de produtos contendo insulina falsificada. Além disso, o armazenamento inadequado desses remédios ilegais compromete sua eficácia.

Informação é a melhor proteção

A empresa Eli Lilly, responsável pela tirzepatida regularizada, enfatiza que vende seus produtos somente em farmácias autorizadas e alerta contra o uso de medicamentos de origem duvidosa. Dr. Magno pergunta: “Você colocaria no seu corpo algo sem saber sua procedência?”

A mensagem dos especialistas é clara: a obesidade deve ser tratada com ciência e responsabilidade, evitando o risco de optar por soluções fáceis e perigosas que podem comprometer a vida.

Estadão Conteúdo

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