O mercado de trabalho segue aquecido, conforme aponta o Relatório de Política Monetária (RPM), divulgado na quinta-feira, 26, pelo Banco Central. A instituição destacou que a maior parte dos indicadores está acima da média histórica, embora a comparação entre abril e janeiro mostre direções diferentes nos rendimentos.
Enquanto o crescimento da renda média real, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), e a relação entre os salários de admissão e desligamento mostram uma desaceleração, outros indicadores como o rendimento médio real na indústria de transformação e os reajustes reais nas negociações coletivas indicam um aumento do aquecimento.
Banco Central também observou que a maioria dos indicadores de emprego refletem um mercado em maior aquecimento, como as taxas de desocupação, participação, nível de ocupação e a quantidade de pedidos de seguro-desemprego. Em contraste, houve uma redução nos desligamentos voluntários no mercado formal em comparação com o pico de janeiro de 2025.
O BC concluiu que, comparado a doze meses atrás, os rendimentos indicam menor aquecimento, com exceção dos reajustes nas negociações coletivas, enquanto os indicadores de emprego apontam para uma maior atividade, exceto nos desligamentos voluntários.
O RPM também revelou que o crescimento do PIB foi significativo no início do ano, impulsionado principalmente pela agropecuária. O PIB ajustado sazonalmente cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2025 em relação ao trimestre anterior, após aumentos de 0,8% e 0,1% nos trimestres anteriores de 2024.
Os indicadores do mercado de trabalho e da utilização da capacidade instalada mostraram uma força maior do que o esperado, frisou o relatório, acrescentando que a taxa de desocupação caiu para um novo mínimo histórico, atingindo 6,2% no trimestre encerrado em abril, já ajustado sazonalmente.