JÚLIA MOURA
FOLHAPRESS
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, falou sobre a força da economia brasileira e seus efeitos na política monetária durante um evento do Itaú BBA nesta segunda-feira (29).
Ele afirmou que o mercado de trabalho está no melhor momento das últimas três décadas e tem mostrado uma grande resistência.
De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a taxa de desemprego no Brasil caiu para 5,6% no trimestre até julho, atingindo o menor índice desde 2012.
Com o desemprego baixo, aumenta o poder de compra da população, o que pode pressionar a inflação. No último ano, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) subiu 5,13% até agosto, uma desaceleração em relação ao mês anterior.
Apesar disso, a inflação ainda está acima do teto de 4,5% estabelecido como meta pelo Banco Central.
Galípolo destacou que será necessário manter a taxa de juros alta por um tempo prolongado para controlar a inflação, afirmando que é preciso perseverar mesmo diante das dificuldades.
Ele reforçou a decisão do Banco Central de manter a Selic em 15% ao ano, a maior taxa desde 2006.
Apesar do nível elevado da taxa de juros, seus efeitos no controle da inflação são limitados.
Galípolo explicou que não existe uma solução rápida para o problema e que é necessário um esforço contínuo por um período maior para enfrentar os desafios econômicos.
Segundo ele, muitos países poderiam enfrentar recessão se tivessem juros tão altos como o Brasil, mas graças às reformas econômicas e à resistência do mercado de trabalho, a situação brasileira é diferente.
Ele ressaltou a importância da serenidade e da persistência para lidar com as incertezas atuais e os desafios que o Banco Central tem enfrentado neste ano.
