Empresa acumula diversos problemas e muitas reclamações de clientes
A empresa Itapemirim Transportes Aéreos (ITA) anunciou na noite de sexta-feira (17) a suspensão temporária de suas operações após menos de seis meses depois de seu primeiro voo comercial, que aconteceu no dia 29 de junho deste ano. Em um comunicado, a companhia afirmou que a medida visa uma reestruturação interna da empresa.
Antes de anunciar a suspensão, a empresa aérea já vinha acumulando problemas, como o atraso de salários e benefícios a servidores, dívidas com fornecedores, envio de informações erradas sobre o número de passageiros para a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), além de outras questões.
O plano de saúde dos funcionários, por exemplo, estava suspenso desde o começo do mês. Por este motivo, a companhia foi alvo de ação movida pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA). O salário dos funcionários da Itapemerim e outros benefícios, como vale-refeição e transporte também estavam em atraso.
Fornecedores da ITA relataram problemas com os pagamentos devidos pela Itapemirim e agências de viagem alegavam não ter o retorno de valores por remarcações de bilhetes e acomodação de passageiros com voos cancelados. Os clientes, por sua vez, dizem que era comum que os voos da empresa fossem cancelados.
Com menos de seis meses de operação oficial, a empresa já soma 4.300 queixas no site Reclame aqui, sendo a maioria relacionada a estorno de bilhetes. No consumidor.gov.br, a companhia possui mais de mil reclamações, mais da metade feita apenas nos últimos 30 dias.
Após o anúncio da interrupção das operações, voos foram cancelados mesmo quando a aeronave já havia iniciado o processo de taxiamento. No aeroporto de Guarulhos (SP), cerca de 100 clientes da empresa ficaram sem ter como prosseguir com as viagens.
A companhia informou que passageiros com viagens programadas para os próximos dias devem entrar em contato pelo e-mail da empresa: falecomaita@voeita.com.br. A operação de ônibus da Viação Itapemirim continua normal. Em um comunicado, a empresa afirmou que a Anac já foi informada sobre a questão.