Reportagem mostrou famílias em hotel abandonado no centro de Brasília. Adolescente tinha mandado em aberto por tentativa de homicídio, diz PM.
A Polícia Militar do Distrito Federal apreendeu um adolescente de 17 anos que vendia drogas em um hotel abandonado no centro de Brasília, na noite de sábado (2). A detenção aconteceu após reportagem exibida pelo Fantástico no mês passado, em que o jovem aparece disparando uma arma de fogo na sacada do prédio.
O garoto estava no 10º andar do hotel e foi conduzido à Delegacia da Criança e do Adolescente. A PM diz que já estava à procura do garoto, mas não sabia do paradeiro. Após a divulgação das imagens no Fantástico, as equipes monitoraram a área até capturar o rapaz.
Reportagem
Na reportagem exibida pelo Fantástico em 13 de março, o repórter Marcelo Canellas mostra a rotina dos usuários de crack em pleno Distrito Federal, a poucos quilômetros do Palácio do Planalto.
No prédio do antigo Torre Palace, um hotel abandonado há quase três anos, o uso e o tráfico de drogas acontecem livremente. A 500 metros de uma delegacia e a 2,5 km da Esplanada dos Ministérios, o esqueleto do edifício virou uma espécie de bunker do tráfico que abastece o Plano Piloto, área nobre de Brasília.
Canellas mostrou o prédio por dentro, com a fronteira que separa a cracolândia funcionando até o terceiro andar, e os apartamentos ocupados pelos sem-teto, do terceiro andar para cima. Neste cenário, o repórter encontrou um personagem emblemático: o fundador da ONG Salve a Si, José Henrique França, que luta pela demolição do hotel.
Ele é ex-dependente, foi preso por tráfico internacional de drogas, cumpriu três anos na França e foi deportado para o Brasil. Livrou-se do vício e fundou a ONG para tratar gratuitamente daqueles que consegue convencer a deixar a droga.
Pró-moradia
Na sexta (1º), manifestantes do Movimento Resistência Popular (MRP) fecharam o Eixo Monumental, em Brasília, colocando fogo em pneus nesta sexta-feira (1º). O grupo protesta por auxílio-moradia. O ato ocorre ao lado do hotel Torre Palace, que foi abandonado em 2013 e ocupado pelos manifestantes desde o ano passado.
O hotel ocupado por cerca de 200 pessoas e tem funcionado como ponto de tráfico de drogas. No ano passado, os líderes do MRP foram presos pela Polícia Civil por suspeita de coagirem militantes a pagar “mesadas” sob risco de sofrerem retaliação física. Os envolvidos negam.
