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quinta-feira, 06/11/2025




Meninas e mulheres enfrentam barreiras em educação financeira, dizem especialistas

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Em Brasília

Por Júlia Harlley e Victória Souza
Agência de Notícias CEUB

Meninas e mulheres têm menos contato com assuntos relacionados a dinheiro. Psicólogas e pesquisadoras da Universidade de Brasília (UnB) afirmam que isso ocorre devido a uma exclusão histórica de direitos, segregação no mercado de trabalho e dependência financeira.

A professora Carla Antloga explica que as mulheres são vistas como “fúteis” e “interesseiras” quando se interessam por dinheiro. Mesmo assim, elas aprenderam a cuidar do seu dinheiro sozinhas há muito tempo.

“Quando as mulheres recebem dinheiro, elas são mais habilidosas. Pensam em ajudar a comunidade e um grupo maior de pessoas”, destaca a professora.

A psicóloga Karoline Giló, pesquisadora do tema, diz que lidar com dinheiro envolve emoções, histórias e significados. Esse aspecto psicológico influencia a relação das pessoas com o dinheiro e pode causar sofrimento emocional e prejudicar a saúde mental.

Observa-se que menos mulheres conseguem financiamentos e acesso a linhas de crédito comparadas aos homens.

A professora menciona o caso do FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste), do Banco do Brasil, que aprovou quase 50% mais crédito para homens do que para mulheres no ano passado.

Letramento

O aprendizado financeiro para meninas e mulheres ocorre mais tarde devido à falta de acesso. Carla Antloga defende a inclusão da educação financeira nas escolas, incluindo ensinando como pagar imposto de renda.

Custo Invisível

Essa exclusão tem uma história. As mulheres obtiveram seus primeiros direitos trabalhistas no Brasil após a Constituição de 1934, deixando de atuar apenas em atividades domésticas.

Com a Consolidação das Leis Trabalhistas de 1943, passaram a ter liberdade para trabalhar, e em 1988 conquistaram igualdade perante a lei. Ainda assim, não há equidade no trabalho. Segundo Carla, as mulheres gastam dinheiro para trabalhar, diferente dos homens.

“Mulheres são prejudicadas sistematicamente”, ressaltou a professora.

Além disso, há uma pressão social para o consumo entre as mulheres.

“Elas não podem deixar de passar maquiagem antes do trabalho, não têm escolha sobre o uso do sutiã. É uma obrigação”, destacou Carla Antloga.




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