O jornal Le Parisien relata que quatro pessoas foram assassinadas em menos de cinco meses, destacando que a principal suspeita, presa em julho, não atuou sozinha nos crimes. A história ganhou destaque em diversos tabloides britânicos, como o Daily Mail e The Sun. No Brasil, a jovem é conhecida nas redes sociais como “menina venenosa”.
Nesta terça-feira (14/10), a alegada serial killer confessou dois homicídios em depoimento à polícia civil de São Paulo, mas negou envolvimento nos demais.
Os jornais ressaltam os detalhes macabros dos crimes praticados pela estudante e lembram que sua irmã gêmea, Roberta Cristina Veloso, é suspeita de cumplicidade, possivelmente ajudando a Ana Paula Veloso nos assassinatos.
A estudante está presa preventivamente e é acusada de envenenar seu namorado Hayder Mhazres, o proprietário do apartamento onde morava em Guarulhos, Marcelo Hari Fonseca, 51 anos, uma amiga conhecida pelas redes sociais, Maria Aparecida Rodrigues, e o pai de um ex-colega de classe.
Neil Corrêa da Silva, aposentado de 65 anos que residia em Duque de Caxias, morreu após consumir uma feijoada envenenada em 26 de abril.
Ana Paula teria viajado cerca de 400 km até sua casa após ser contratada pela filha da vítima, Michelle Paiva da Silva, presa em 7 de outubro, mediante pagamento de R$ 4.000 pelo crime. As duas teriam testado o veneno em aproximadamente dez cães antes de efetivar o crime.
Os homicídios ocorreram entre janeiro e maio, antes da prisão da jovem em julho. Ana Paula fazia questão de estar presente próximo aos corpos das vítimas.
O último a morrer foi Hayder Mhazres, jovem tunisiano de 21 anos e namorado de Ana Paula, que faleceu em 23 de maio após consumir um milk-shake. O corpo foi encaminhado para a Tunísia, impedindo sua exumação para investigações. A família afirmou que Ana Paula alegava estar grávida e solicitava dinheiro.
O cadáver de Marcelo Hari permaneceu dias na residência da suspeita. Ela e sua cúmplice chamaram a polícia para relatar a descoberta do corpo em estado avançado de decomposição.
A presença de Ana Paula nas mortes levantou suspeitas. Os investigadores identificaram terbufós, pesticida altamente tóxico. Os corpos das primeiras vítimas foram exumados, confirmando edema pulmonar por envenenamento com veneno para roedores.
Ana Paula admitiu ter matado o proprietário por ameaças e assumiu a morte do aposentado, porém nega os demais homicídios.
O jornal francês Nice Matin apelidou Ana Paula de “a envenenadora da feijoada”. O caso chocou o Brasil. Além disso, Ana Paula teria tentado incriminar um policial militar com quem mantinha relacionamento, enviando mensagens ameaçadoras à esposa do policial pelo telefone da vítima Maria Aparecida. Cartas encontradas na cena acusavam falsamente o homem.