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sexta-feira, 31/10/2025

Melissa: países ajudam Caribe após furacão devastador

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Casas destruídas, bairros alagados e comunicações cortadas – o momento é de análise dos estragos provocados por Melissa, que deve agora perder força sobre o Atlântico Norte após passar pelas Bermudas.

De acordo com o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC), as inundações tendem a diminuir nas Bahamas, mas as cheias podem continuar intensas em Cuba, Jamaica, Haiti e na próxima República Dominicana.

Aumentado pela crise climática, o furacão foi o mais forte a atingir a terra em 90 anos ao alcançar a Jamaica na terça-feira como categoria 5 — o topo da escala Saffir-Simpson — com ventos de aproximadamente 300 km/h.

“O balanço confirmado agora é de 19 mortos”, nove deles na parte oeste da ilha, afirmou na quinta-feira à noite a ministra jamaicana da Informação, Dana Morris Dixon, segundo a imprensa local.

Muitas pessoas ainda tentam contato com seus parentes, disseram as autoridades. O exército na Jamaica atua para desobstruir as vias bloqueadas, conforme relato do governo.

“Houve uma destruição enorme e inédita de infraestruturas, residências, ruas e redes de comunicação e energia”, declarou de Kingston Dennis Zulu, representante da ONU para vários países do Caribe. “As avaliações iniciais indicam que o país foi destruído em níveis jamais vistos.”

Melissa causou grandes perdas

No Haiti, que não foi diretamente atingido pelo furacão mas sofreu fortes chuvas, ao menos 30 pessoas, incluindo dez crianças, morreram, e outras 20 estão desaparecidas, conforme o último relatório oficial divulgado na quinta-feira. Vinte e três mortes resultaram do transbordamento de um rio no sudoeste do país.

Em Cuba, as comunicações telefônicas e o trânsito permanecem bastante instáveis.

Em El Cobre, no sudoeste da ilha, o barulho de martelos se faz ouvir sob o sol que reapareceu: quem perdeu o telhado tenta consertar os danos com ajuda de amigos e vizinhos, confirmou a AFP.

Felicia Correa, residente no sul de Cuba perto de El Cobre, afirmou a AFP: “Melissa nos deixou destruídos, nos matou. Já enfrentávamos muitas dificuldades e agora nossa situação piorou muito.”

Cerca de 735 mil pessoas foram retiradas das áreas de risco, indicaram as autoridades cubanas.

Ajuda internacional em caminho

A assistência prometida está sendo encaminhada para as regiões devastadas.

Os Estados Unidos enviaram equipes de resgate para a República Dominicana, Jamaica e Bahamas, informou um representante do Departamento de Estado. Equipes também se dirigem ao Haiti.

O secretário de Estado, Marco Rubio, destacou que Cuba, apesar das divergências ideológicas, está incluída no plano humanitário americano.

A Venezuela enviou 26 mil toneladas de auxílio humanitário ao aliado cubano.

O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, anunciou nas redes sociais o envio de três aviões com ajuda humanitária à Jamaica, contendo mais de 300 socorristas e 50 toneladas de suprimentos essenciais.

Kits básicos e unidades para tratamento de água são parte da carga que a França planeja enviar à Jamaica nos próximos dias por via marítima, segundo o Ministério das Relações Exteriores.

O Reino Unido liberou auxílio financeiro emergencial no valor de 2,5 milhões de libras para os países atingidos.

Impactos do aquecimento global

O aquecimento global provocado pela atividade humana intensificou a força e os danos do furacão, conforme estudo de climatologistas do Imperial College de Londres.

Simon Stiell, secretário-executivo da ONU para mudanças climáticas, afirmou: “Cada desastre climático é um aviso urgente sobre a importância de limitar o aquecimento, causado principalmente pelo uso excessivo de carvão, petróleo e gás”, às vésperas da conferência climática COP30, que ocorrerá no Brasil.

Com o aumento da temperatura da superfície dos oceanos, cresce a frequência dos ciclones, furacões ou tufões mais intensos, embora não o número total, segundo o grupo de especialistas em clima da ONU (IPCC).

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