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quinta-feira, 31/07/2025

Medidas do governo para setores afetados pela alta tarifária

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Em Brasília

O governo brasileiro inicia hoje uma análise detalhada sobre as respostas à tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos nos produtos exportados pelo país. Esse aumento tarifário foi confirmado na última quarta-feira (30), pelo presidente norte-americano, Donald Trump, por meio de uma ordem executiva que justifica a medida com base em questões de segurança nacional e direitos humanos.

Impactos do tarifaço para o Brasil

Donald Trump oficializou a tarifa de 50% sobre exportações brasileiras para os Estados Unidos. Esta taxa resulta da soma de 10% aplicada em abril e 40% adicionais anunciados recentemente.

No entanto, quase 700 produtos foram excluídos da tarifa extra de 40%, incluindo suco de laranja, aviões, castanhas, petróleo e minério de ferro, tendo apenas a taxa inicial de 10% aplicada.

A expectativa é que o tarifaço entre em vigor no início de agosto.

Estratégia do governo brasileiro

Fontes governamentais indicam que nesta quinta-feira serão discutidas respostas específicas para cada setor econômico afetado. Essa avaliação será coordenada pelos ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

O vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, deve apresentar ainda hoje um estudo preliminar sobre os impactos nos volumes e valores das exportações, que servirá de base para o desenvolvimento das medidas governamentais iniciais.

As ações planejadas devem ser segmentadas por setor e poderão incluir compensações, incentivos e apoio para exportações, além da possibilidade de buscar novos acordos comerciais com os Estados Unidos.

Reunião emergencial e contexto político

As decisões atuais se originam de uma reunião emergencial convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última quarta-feira (30/7). Participaram do encontro os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União), além do vice-presidente Geraldo Alckmin. O chanceler Mauro Vieira, que estava nos EUA, foi representado no evento.

O encontro teve como objetivo alinhar o governo diante do novo cenário comercial, sem ainda definir estratégias concretas.

Repercussões e ausência de diálogo

Embora a tarifa eleve custos, o impacto pode ser menor que inicialmente temido, pois cerca de 700 produtos ficaram fora da taxa adicional, beneficiando setores como aeronaútico e de minérios.

Segundo avaliações do governo, a exclusão desses produtos pode ter sido motivada pela preocupação dos Estados Unidos com os efeitos inflacionários internos.

O governo brasileiro lamenta ainda a falta de resposta à carta enviada em 16 de maio, na qual demonstrou interesse em negociar, mas não recebeu retorno da administração Trump.

Justificativa dos Estados Unidos reavaliada

A nova tarifa foi instituída com base na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional de 1977, declarando uma situação de emergência nos EUA envolvendo o Brasil.

No documento, o governo americano alega que o Brasil viola direitos humanos, faz perseguição política ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados, e enfraquece as instituições democráticas, acusações que o governo brasileiro rejeita veementemente.

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