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quarta-feira, 13/08/2025

Médicos falam sobre IA: ajuda a cuidar melhor das pessoas

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O uso de inteligências artificiais (IA) na saúde já é uma realidade inevitável para os médicos. Profissionais da área defendem que a IA seja uma ferramenta que otimize processos, liberando tempo para que o atendimento seja mais humano e personalizado.

Daniel Araújo Ferraz, oftalmologista e líder de inteligência artificial da Rede D’Or, participou do Congresso Internacional de Cardiologia da Rede D’Or 2025, realizado no Rio de Janeiro. Ele afirmou que “a tecnologia pode tornar o atendimento médico mais humano, resgatando a essência da prática médica tradicional”.

Atualmente, grande parte das consultas é tomada por tarefas burocráticas, como preenchimento de receitas e sistemas. Essas tarefas podem ser automatizadas pelas IAs, preservando o médico como decisor principal, que deve conhecer profundamente cada paciente para ajustar tratamentos individualizados.

Durante o congresso, especialistas enfatizaram que a implementação dessas ferramentas deve apoiar a prática clínica sem substituir a capacidade de decisão e interação humana.

IAs para priorizar o cuidado humano

Angelina Camiletti, gerente de cardiologia da Rede D’Or, destaca que a medicina vive a era 5.0, marcada pela combinação da tecnologia com a personalização do atendimento. Tecnologias digitais, incluindo IA e telemedicina, serão usadas para adaptar cuidados à rotina de cada paciente.

“A tecnologia deve promover a qualidade de vida dos pacientes, aproximando médicos e pacientes, e não criando barreiras”, esclarece Angelina. Ela lembra que 70% das mortes por doenças cardiovasculares no Brasil poderiam ser evitadas com mudanças no estilo de vida, mostrando a importância de equipes multidisciplinares e acompanhamento contínuo, facilitados pelas tecnologias.

Exemplos dessas tecnologias são a integração de dados de dispositivos vestíveis com prontuários, consultas rápidas por telemedicina e ferramentas que aceleram a avaliação de exames. Geradores de texto podem criar cenários para conscientizar pacientes sobre hábitos saudáveis, como parar de fumar ou seguir tratamentos corretamente.

Uso responsável da tecnologia

Erito Marques, médico e matemático, alerta para os riscos do uso indiscriminado das IAs. Ele cita estudos que indicam declínio cognitivo em pessoas que delegam integralmente suas tarefas a geradores de texto. “Devemos ser os responsáveis por conduzir essa tecnologia com racionalidade”, afirma.

Ronaldo Altenburg Gismondi, cardiologista e professor da UFF, reforça a importância de elaborar comandos claros e objetivos para as IAs, o que influencia diretamente a qualidade das respostas. Ele também destaca que as IAs funcionam com base em dados da internet e que não tudo que geram está baseado em fatos reais.

Além disso, Erito e Ronaldo lembram que os servidores que mantêm essas tecnologias consomem grandes quantidades de água e energia, sendo fundamental que usuários e provedores adotem práticas mais sustentáveis.

Assim, o uso da IA na medicina deve ser crítico, responsável e sempre focado em melhorar o cuidado e a relação humana entre médico e paciente.

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