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domingo, 24/11/2024
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Médico que fez hidrolipo em mulher que morreu tinha duas passagens pela polícia

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Segunda polícia, Brad Alberto Castrillón Sanmigue tinha registro por ameaça. Local onde ele atendia foi periciado nesta segunda. Diarista Maria Jandimar Rodrigues, 39 anos, morreu após procedimento; IML não apontou a causa da morte e delegado pediu exame complementar.

Carro da polícia na porta do shopping onde fica a clínica, no Carioca Shopping — Foto: Lívia Torres/g1

O delegado Renato Carvalho, da 27ª DP (Vicente de Carvalho), que investiga a morte da diarista Maria Jandimar Rodrigues, de 39 anos, após um procedimento na sexta-feira (17), disse que o médico que a atendeu, Brad Alberto Castrillón Sanmiguel, tem duas passagens pela polícia – uma delas por ameaça.

Na manhã desta segunda-feira, a Polícia Civil realizou uma perícia na clínica onde médico atendia, em Vicente de Carvalho, Zona Norte do Rio. Os investigadores deixaram o Carioca Shopping, onde fica a clínica, por volta das 12h50.

O médico, que é colombiano, foi intimado a prestar depoimento nesta segunda e a apresentar as documentações e diplomas que confirmem sua área de atuação como cirurgião plástico. Os demais funcionários da clínica deverão ser ouvidos na terça (21).

Ele diz que a clínica tinha autorização para que lá fossem realizados pequenos procedimentos.

A polícia disse também que, na sexta-feira, seria o último dia de atendimento na clínica. O médico estava em busca de um lugar maior, com mais espaço para fazer as cirurgias.

Sobre a morte da diarista, o advogado Hugo Novais, que representa médico, disse que seu cliente está colaborando a investigação, que aguarda o resultado do exame de necropsia para se manifestar e que se solidariza com a família da paciente.

Laudo preliminar não aponta causa da morte após hidrolipo

O delegado Renato Carvalho também já recebeu o laudo preliminar do IML da diarista Maria Jandimar Rodrigues, de 39 anos, que morreu apóas uma hidrolipo.

Segundo o delegado, o legista não conseguiu identificar a causa da morte da diarista, e vai pedir um exame complementar pra saber o que de fato aconteceu com a vítima. Ainda segundo a polícia, caso deve ser concluído em sete dias. –

Debandada de grupo de WhatsApp

O grupo de WhatsApp do médico sofreu uma debandada de pacientes e possíveis clientes após a morte da diarista.

O grupo era restrito, e somente administradores podiam mandar mensagens.

Pelo canal a clínica postava informações e a tabela de preços para 2022. A TV Globo apurou que os valores pedidos por procedimentos, como abdominoplastia e retirada de pele, estavam abaixo da média do mercado.

Grupo de WhatsApp de médico cuja paciente morreu após hidrolipo tem debandada — Foto: Reprodução
Grupo de WhatsApp de médico cuja paciente morreu após hidrolipo tem debandada — Foto: Reprodução.

 

Tabela de preços de procedimentos da clínica do médico Brad Sanmiguel — Foto: Reprodução
Tabela de preços de procedimentos da clínica do médico Brad Sanmiguel — Foto: Reprodução.

Parentes depõem

O marido e a filha de Maria Jandimar, que devem prestar depoimento nesta segunda-feira (20) na 27ª DP (Vila da Penha), na Zona Norte do Rio, ainda tentam descobrir quem lhe indicou o profissional.

“Eu estou com o telefone dela e procurei conversas para saber se alguém indicou, mas ainda não achei. Eu sei que alguém indicou, pois ela vinha conversando com muitas amigas que já fizeram”, disse Wagner Vinícius Carvalho, marido de Maria Jandimar.

Maria Jandimar Rodrigues tinha 39 anos e era diarista — Foto: Reprodução/ TV Globo
Maria Jandimar Rodrigues tinha 39 anos e era diarista — Foto: Reprodução/ TV Globo

Perícia

A clínica onde a diarista Maria Jandimar Rodrigues, de 39 anos, fez dois procedimentos de hidrolipo foi interditada no sábado (18).

Maria Jandimar fez um primeiro procedimento de hidrolipo no dia 10 de dezembro e outro no dia 17 do mesmo mês. Ela não resistiu e morreu após a segunda etapa do tratamento.

A família de Maria contou ainda que ela fez os exames pedidos pela clínica, antes do procedimento, e que ela gastou cerca de R$ 5 mil no procedimento.

““Ela fez o risco cirúrgico, o ultrassom que ele pediu também, todos os exames. Ela perguntou: ‘eu preciso levar os exames?’ e responderam que não, que era só mandar por foto, no Whatsapp”, disse Wagner.

Médico colombiano Brad Sanmiguel — Foto: Reprodução
Médico colombiano Brad Sanmiguel — Foto: Reprodução

Filha viu mãe passar mal

Segundo os familiares, ela se sentiu mal entre os dois procedimentos e reclamou de dor, vômitos e boca dormente.

Após esperar pela mãe, Brenda Rodrigues, filha da diarista, a viu passar mal na calçada da clínica.

“Já estava no chão, em uma cadeira de rodas, na frente. Mas eu não imaginei que era a minha mãe ali no chão. E eu estava a todo momento, assistindo todos os procedimentos”, disse a jovem.

O médico Brad Castrillon foi levado para a delegacia de Vicente de Carvalho, onde ficou em silêncio e foi liberado após apresentar a documentação da clínica.

O marido da diarista disse que também tentou saber o que aconteceu.

“Eu perguntava qualquer coisa para ele, mas ele abaixava a cabeça e não respondia nada”, afirmou o marido de Maria Jandimar.

A Polícia Civil disse que o local estava com a documentação em dia e que o médico tinha habilitação pra fazer esse tipo de procedimento.

De acordo com investigadores, o médico apresentou um certificado de cirurgião plástico, que é quem tem autorização para fazer hidrolipo.

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