Frédéric Péchier, anestesista francês de 53 anos, está sendo julgado na França por suposto envenenamento de 30 pacientes durante procedimentos cirúrgicos, resultando em 12 mortes. O julgamento teve início na segunda-feira (8/9), no tribunal de júri em Besançon, leste do país, onde ele enfrenta mais de 150 processos apresentados por vítimas e familiares, assistidos por cerca de cinquenta advogados. O veredito está previsto para 19 de dezembro.
O médico é acusado de injetar substâncias letais nas bolsas de infusão utilizadas em cirurgias entre 2008 e 2017, em duas clínicas privadas de Besançon. Identificado como suspeito por um conjunto de evidências, Frédéric Péchier sempre negou as acusações. Embora enfrente a possibilidade de prisão perpétua, ele permanece em liberdade sob controle judicial desde o início da investigação e não exerce a medicina desde 2017.
Na época da abertura do julgamento, o anestesista apareceu visivelmente emocionado, recebendo apoio de familiares e amigos, que o incentivaram. A acusação destaca sua suposta habilidade em provocar paradas cardíacas para depois atuar na reanimação, sugerindo intenção criminosa para prejudicar colegas com quem tinha conflitos.
A defesa argumenta que esta é a primeira oportunidade para o réu contar sua versão e que a investigação foi conduzida com viés acusatório, sem considerar outras hipóteses. O julgamento analisará individualmente os casos de pacientes supostamente envenenados, começando pelos mais recentes, incluindo Sandra Simard, que sobreviveu a uma parada cardíaca durante cirurgia com evidências de substância letal, e Jean-Claude Gandon, última vítima conhecida.
Este caso envolve acusações graves e complexas, com fortes emoções e debates intensos no tribunal, enquanto aguardam a decisão final sobre o futuro do médico.