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quinta-feira, 16/10/2025

Medicamentos para emagrecer mudam forma como corpo processa álcool

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RAÍSSA BASÍLIO
FOLHAPRESS

Um estudo recente publicado na revista Scientific Reports analisou como o álcool é processado no organismo de pessoas que usam medicamentos para emagrecer conhecidos como agonistas de GLP-1, como Ozempic, Wegovy e Mounjaro. O estudo é inicial, com limitações, e tem o objetivo de ajudar futuras pesquisas mais detalhadas.

Vinte pessoas participaram do estudo, sendo metade usuárias desses medicamentos e a outra metade sem tratamento. Todos tinham obesidade e consumiam álcool socialmente. A maioria eram mulheres brancas, o que pode limitar os resultados para outras populações.

Entre os medicamentos, a semaglutida foi a mais usada por seis participantes, enquanto duas pessoas usaram liraglutida (tipo Saxenda) e outras duas tirzepatida (como Mounjaro). A amostra pequena não permitiu analisar diferenças específicas entre esses remédios.

Como foi o estudo

O experimento aconteceu pela manhã, com participantes em jejum. Depois de uma refeição padrão, cada pessoa tomou uma dose de vodka com suco, calculada pelo peso corporal para atingir aproximadamente o limite legal de álcool no sangue para dirigir (0,08 g/dL).

Durante quatro horas, os pesquisadores mediram o nível de álcool no ar expirado a cada 20 minutos, aplicaram questionários sobre a sensação de embriaguez e mediram o açúcar no sangue. Os participantes só foram liberados quando o álcool no hálito ficou abaixo de 0,02 g/dL, considerado seguro para dirigir.

O estudo mostrou que quem usava os medicamentos teve um atraso no aumento do álcool no hálito e na sensação de estar bêbado nos primeiros minutos após beber, o que está relacionado ao efeito desses remédios em retardar o esvaziamento do estômago.

Esse atraso faz a pessoa se sentir saciada por mais tempo e também diminui a rapidez com que o álcool atinge o sangue, mas não impede que alguém fique bêbado se continuar bebendo. Um estudo anterior com outro medicamento similar mostrou que o consumo de álcool pode diminuir até 36%.

Limitações

Os autores deixam claro que este é um estudo piloto, não um estudo clínico completo e randomizado. Ou seja, os dados são preliminares e ainda não provam o efeito dos medicamentos a longo prazo no consumo de álcool ou no risco de dependência. Foi um teste rápido em laboratório, sem acompanhamento prolongado.

O foco principal foi gerar informações que ajudam a planejar pesquisas futuras para ver se esses medicamentos realmente podem ajudar no tratamento do abuso de álcool.

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