O Ministério da Educação diz repudiar o que definiu como “lamentáveis atos de violência sofridos pela pessoa do ministro, Abraham Weintraub, e seus familiares.”
Em uma nota divulgada nesta terça-feira (23), a pasta afirma que o ministro foi hostilizado por manifestantes, que o constrangeram em praça pública enquanto jantava com a esposa e os três filhos em um restaurante em Alter do Chão, no Pará, onde passa férias.
Segundo o MEC, o bate-boca começou após um grupo que se identificou como representante da comunidade indígena abordar a família e alegar que não havia sido recebido pelo Ministério.
Os manifestantes provocaram o ministro entregando a ele uma kafta, em referência ao episódio em que ele errou a pronúncia do escritor Franz Kafka, chamando-o pelo nome do prato típico da culinária árabe.
O grupo também carregava cartazes que faziam referência a outras polêmicas envolvendo Weintraub, que reagiu, pegou o microfone dos músicos que se apresentavam no estabelecimento, explicou que estava de férias, e disparou críticas ao PT, ao ex-presidente Lula e até mesmo a Che Guevara.
De acordo com o ministério, o grupo que alegava não ter sido recebido, na verdade, esteve sim na sede da pasta. Segundo a nota, representantes de lideranças indígenas e quilombolas foram recebidos no MEC em 5 de junho.
A pasta lembra que estão abertas até 30 de julho as inscrições para mais de 4 mil bolsas de estudo no valor de R$ 900 cada para indígenas e quilombolas matriculados em cursos de graduação presenciais em instituições e universidades federais.
Mas isso não foi explicado pelo ministro, mesmo durante a fala dele ao microfone. No final, ele foi convencido pela família e deixou o local sob gritos de “fazendo balbúrdia” e “fascista.”
O MEC encerra a nota afirmando que “reitera que não há justificativa plausível para um ataque desta natureza a um brasileiro e seus familiares.”