20.5 C
Brasília
quinta-feira, 04/12/2025

Marinho quer discutir o fim da escala 6×1 e apoio financeiro aos sindicatos

Brasília
nuvens quebradas
20.5 ° C
20.5 °
19.5 °
89 %
2.1kmh
75 %
sex
23 °
sáb
23 °
dom
22 °
seg
25 °
ter
19 °

Em Brasília

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, participou da abertura da etapa São Paulo da II Conferência Nacional do Trabalho, na capital paulista. Durante o evento, ressaltou a importância de debater o encerramento da escala 6×1, que consiste em trabalhar seis dias seguidos com apenas um dia de descanso, além de discutir o financiamento dos sindicatos.

“Espero que daqui saiam boas contribuições para a conferência nacional, especialmente para enfrentarmos desafios como o fim da escala 6×1”, disse o ministro.

Ele também destacou que o parlamento deve criar legislações, mas deixando espaço para negociações entre sindicatos, trabalhadores e empregadores, favorecendo o diálogo prático do dia a dia.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê o fim da escala 6×1 está em análise no Congresso Nacional.

Marinho enfatizou ainda a necessidade de garantir recursos financeiros adequados para que os sindicatos possam atuar efetivamente na defesa dos direitos dos trabalhadores.

“Solicito que a bancada empresarial colabore no debate junto ao parlamento para restabelecer o direito dos sindicatos de trabalhadores de ter sustento financeiro digno para representá-los adequadamente.”

Segundo o ministro, essa é uma questão crucial, pois sem condições financeiras, os sindicatos têm dificuldade para representar bem suas categorias.

Ele ressaltou também que o mercado de trabalho está passando por rápidas transformações com o avanço da inteligência artificial.

“Temos grandes desafios para qualificar e capacitar a força de trabalho, preparando as pessoas para entender, interpretar e lidar com essas mudanças, prevenindo problemas futuros”, afirmou Marinho.

O evento, realizado na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em São Paulo, reuniu representantes dos trabalhadores, empregadores e governo para debater os desafios e prioridades do mercado de trabalho no estado. As propostas aprovadas serão enviadas para a etapa nacional da conferência, prevista para março de 2026, também em São Paulo.

Mercado de trabalho

O Diagnóstico do Trabalho Decente em São Paulo, divulgado pelo Ministério, revela que 70,8% dos trabalhadores estão formalizados, percentual maior que a média nacional, embora 7,1 milhões permaneçam na informalidade.

A taxa de desemprego geral é de 5,1%, chegando a 8,1% entre jovens de 18 a 29 anos.

O rendimento médio estadual é de R$ 4.170, superior ao nacional, mas persistem desigualdades: mulheres ganham 77% do salário dos homens e pessoas negras recebem 61,5% do valor dos brancos. O relatório também aponta 197,5 mil crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil, além da necessidade de melhorar políticas que conciliem trabalho e vida familiar.

“Falar de igualdade é falar de oportunidades e salários justos, mas também de outros aspectos. Sabemos que as empresas têm feito esforço, mas ainda é insuficiente para o que é necessário”, concluiu o ministro. “Precisamos de mais mulheres em cargos de liderança nas empresas e entidades.”

Ele destacou que, embora existam mais mulheres que homens na sociedade, isso não se reflete nas representações, um fato que precisa ser mudado por meio de consciência e esforço coletivo.

Marinho comentou ainda sobre a violência contra a mulher, tema em destaque após recentes casos na capital paulista.

“Podemos promover debates que levem ao amadurecimento de homens e mulheres, principalmente dos homens, pois o feminicídio é resultado de agressões masculinas, muitas vezes no ambiente familiar”, ressaltou. As informações foram baseadas na Agência Brasil.

Veja Também