MARIANNA HOLANDA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
O marido da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP), Antônio Aginaldo de Oliveira, está atualmente em Israel e não tem previsão para retornar ao Brasil, de acordo com o advogado Fábio Pagnozzi, que representa o casal.
Ex-comandante da Força Nacional, Antônio Aginaldo descobriu ao chegar em Israel que suas contas bancárias foram bloqueadas e seu salário como policial militar está retido por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Antes de ir para Israel, Aginaldo estava com Carla Zambelli, que estava foragida da Justiça brasileira na Itália até ser presa em Roma no dia 29 de julho.
Segundo o advogado, Aginaldo está assustado com a situação. Ele disse que “a aposentadoria dele foi bloqueada 100%” e criticou a decisão do ministro, que considerou uma forma de pressionar parentes e amigos de pessoas investigadas.
Fábio Pagnozzi afirmou que a medida é injusta, pois o bloqueio total do salário deixa Aginaldo sem meios para viver, comparando a ação a uma “tática medieval”. O STF mantém sigilo sobre o caso.
Antônio Aginaldo também foi secretário de Segurança Pública de Caucaia, Ceará, cargo do qual se afastou para acompanhar a esposa e do qual foi exonerado em julho.
Carla Zambelli foi presa em Roma depois de ficar quase dois meses foragida. Ela está detida na prisão feminina Rebibbia, que está superlotada.
A Corte de Apelação de Roma decidiu que Carla Zambelli deve permanecer presa em regime fechado durante o processo de extradição para o Brasil, que pode levar até dois anos.
A audiência aconteceu a portas fechadas, conduzida pelo juiz Aldo Morgigni, e durou cerca de três horas.
A defesa da deputada solicitou que ela fosse colocada em prisão domiciliar, argumentando que Carla Zambelli não pretende fugir e confia na Justiça italiana.