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quinta-feira, 11/12/2025

Maria Corina em Oslo: Recebendo o Nobel da Paz com Aparição Rara

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A líder da oposição da Venezuela, María Corina Machado, chegou a Oslo, Noruega, e fez uma rara aparição pública na varanda de um hotel durante a madrugada desta quinta-feira (11/12).

A venezuelana, que não era vista há quase um ano, viajou para a Noruega para ser agraciada com o Prêmio Nobel da Paz, porém não conseguiu chegar a tempo para a cerimônia, que ocorreu na quarta-feira (10/12). A filha da homenageada, Ana Corina Machado, recebeu o prêmio em nome da mãe.

María Corina Machado, que tem vivido em clandestinidade na Venezuela, empreendeu uma perigosa jornada à Noruega para receber o reconhecimento, já que o governo do presidente Nicolás Maduro proibiu sua saída do país.

Segundo o jornal norte-americano The Wall Street Journal, María Corina partiu da Venezuela de barco na terça-feira (9/12), foi levada até a ilha Curaçao, no Caribe, e de lá tomou um voo para Oslo. Todo o processo foi mantido em sigilo para evitar sua detenção pelo governo venezuelano.

Durante a entrega do prêmio, Ana Corina leu um discurso escrito pela mãe, expressando profunda gratidão ao Comitê Nobel pela homenagem.

“Estou aqui representando minha mãe, María Corina Machado, que se juntou a milhões de venezuelanos em um esforço extraordinário que vocês, nossos anfitriões, foram premiados com o Nobel da Paz. Embora ela não possa estar presente para esta cerimônia solene, devo afirmar que minha mãe nunca quebra uma promessa. Por isso, com grande alegria, posso dizer que em algumas horas poderemos abraçá-la aqui em Oslo, após 16 meses vivendo oculta”, declarou a filha.

O Instituto Nobel entregou a Ana Corina uma medalha de ouro, um diploma e o prêmio no valor de US$ 1,2 milhão (aproximadamente R$ 6,5 milhões).

Ao anunciar o prêmio em outubro, o Comitê Nobel ressaltou o “trabalho incansável” da venezuelana na defesa da democracia e pela busca de uma “transição justa e pacífica” na Venezuela. Em mais de 80 cidades ao redor do mundo, venezuelanos organizaram a “Marcha pela Paz e Liberdade” em apoio à líder.

María Corina está afastada da vida pública desde janeiro, quando contestou a posse de Maduro para o terceiro mandato. Impedida de disputar eleições, ela denunciou fraude na reeleição e divulgou registros dos votos eletrônicos — acusações rejeitadas pelo chavismo, mas reconhecidas por parte da comunidade internacional.

Discórdia e Protestos em Oslo

A escolha para o prêmio também gerou controvérsias. Grupos pacifistas na Noruega protestaram em frente ao Instituto Nobel com cartazes como “Não ao Nobel para belicistas” e “EUA, tirem as mãos da América Latina!”.

María Corina é alvo de críticas por apoiar operações militares dos EUA no Caribe e Pacífico, que resultaram em pelo menos 87 mortes em ataques contra embarcações classificadas por Washington como ligadas ao narcotráfico.

No Centro Nobel da Paz, a exposição “Democracia à beira” destaca a trajetória da oposicionista, enquanto curadores reconhecem que a premiação gerou reações fortes e pouco comuns dentro e fora do país.

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