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sexta-feira, 22/11/2024
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Máquinas de lavar e secar roupas compradas para presídios, por mais de R$ 500 mil, estão guardadas há 8 meses no DF

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Doze equipamentos foram entregues em novembro de 2020. Secretaria de Administração Penitenciária diz que providências para instalação dos equipamentos ‘estão em andamento’.

Máquinas de lavar de presídios do DF estão estocadas em almoxarifado de secretaria — Foto: Seape/Reprodução

Máquinas de lavar e secar roupas, que custaram R$ 558 mil, estão guardadas no Distrito Federal há 8 meses. Os equipamentos foram comprados para os presídios, porém, permanecem encaixotados.

O Governo do Distrito Federal (GDF) abriu licitação para comprar seis máquinas industriais de lavar e seis de secar em julho de 2019. A justificativa foi a necessidade de “evitar proliferação de doenças infectocontagiosas que podem se alastrar nos presídios caso não haja uma eficiente higienização das roupas usadas pelos apenados”.

A estimativa feita pelo governo mostrava que 135 mil toneladas de roupa poderiam ser lavadas por semana. O DF1 apurou que o GDF comprou os equipamentos sem avaliar se os dispositivos poderiam ser instalados nos presídios e que as unidades da capital não têm infraestrutura elétrica e hidráulica para a instalação.

Já a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seape) afirmou que “estão em andamento” as providências para a instalação dos equipamentos, “mas ainda não há previsão para que isso ocorra”.

Em outro comunicado, a pasta explicou que os presos não têm uniforme específico e que a maioria das roupas brancas que eles usam é entregue por familiares (leia íntegra da nota no fim da reportagem) e, portanto, as peças são lavadas pelos próprios detentos.

Entrega do equipamento

 

Máquinas de levar e secar de presídios estão estocadas há 8 meses no almoxarifado da SSP, no DF — Foto: TV Globo/Reprodução

Máquinas de levar e secar de presídios estão estocadas há 8 meses no almoxarifado da SSP, no DF — Foto: TV Globo/Reprodução

 

           As máquinas de lavar e secar foram entregues em novembro do ano passado. Oito meses depois da chegada, o equipamento ainda não foi encaminhado ao presídio e permanece guardado no                 almoxarifado da Secretaria de Segurança Pública (SSP), que fica no Setor de Garagens Norte (SGN).

           Na época da entrega, os responsáveis por acompanhar o contrato disseram que os equipamentos não haviam sido testados e que não era recomendado abrir as máquinas, caso não houvesse                 previsão de instalação.

      Como funciona hoje

          A advogada criminalista Vanessa Vitória, que visita o Complexo Penitenciário da Papuda pelo menos duas vezes por semana, conta que os próprios detentos lavam e secam as próprias roupas.             Segundo ela, tudo é feito dentro das celas, com produtos como sabão em pó e água sanitária, levados pelos parentes.

“Os locais são pequenos, superlotados, o que acaba gerando mofo, que pode causar doenças contagiosas. A gente acompanhou o surto de doença de pele na Papuda”, disse a advogada.

Conforme Vanessa, há relatos de familiares de presos que afirmam que os detentos pedem que os parentes não levem toalhas e cobertores grossos para eles usarem porque não há como estender direito para secar. Uma mulher que preferiu não se identificar conta que leva roupas e produtos de limpeza para o marido, mas os detentos não têm alternativas para higienizar as vestimentas.

“Não tem essa opção [com máquina] pra nenhum presidiário. Todo material de limpeza e higiene é levado pelos familiares”, contou a mulher.

O que diz a Secretaria de Administração Penitenciária

“A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape/DF) esclarece que, atualmente, não há uniformes específicos fornecidos pela Seape para todos os presos.

A uniformização que se tem é que todos os custodiados usem integralmente roupas e chinelos brancos. As roupas também podem ser fornecidas por familiares.

Sendo assim, os únicos custodiados que usam uniformes são os classificados para o trabalho interno nas unidades prisionais. O objetivo é diferenciar os presos que trabalham dos demais. Os uniformes ficam sob a guarda do próprio preso classificado, responsável pela sua lavagem.

Ressalte-se que a Seape estuda os trâmites licitatórios para verificar a viabilidade de comprar uniformes aos reeducandos.”

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