O pastor Silas Malafaia voltou a criticar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitando a devolução de seu passaporte e dos cadernos com esboços bíblicos. Em vídeo publicado em suas redes sociais nesta quinta-feira (11/9), o líder religioso declarou estar sofrendo “perseguição política e religiosa” e chamou a retenção de seus pertences de “covardia” e “intimidação”.
O passaporte de Malafaia foi confiscado pela Polícia Federal no fim de agosto, durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão. Ele está proibido de sair do país por determinação judicial e é investigado por coação e obstrução de investigações ligadas aos eventos de 8 de janeiro de 2023.
“Há mais de quatro anos denuncio o ditador da toga Alexandre de Moraes, que desrespeita a Constituição, prende pessoas sem justificativa, limita a liberdade, apreende telefones e censura redes sociais. É uma vergonha! Uma semana após a Polícia Federal vazar um inquérito sigiloso no qual sou investigado, meu passaporte foi apreendido. Eu estava chegando do exterior, não deixando o Brasil. Isso é perseguição”, afirmou o pastor.
Ele também reclamou da apreensão dos cadernos usados para preparar seus sermões: “Meus cadernos de esboços bíblicos estão retidos há mais de quinze dias. Meu advogado solicitou a liberação, mas não obtivemos resposta. Isso é uma vergonha. Estão impedindo que eu exerça minha função pastoral”.
Malafaia permanece proibido judicialmente de deixar o país enquanto aguarda o STF analisar o pedido de devolução dos bens apreendidos. No vídeo, ele reforça ser alvo de “perseguição política e religiosa” e espera uma resposta da justiça.
O episódio também ganhou destaque no ato convocado por Malafaia na Avenida Paulista no dia 7 de setembro, que contou com a participação de lideranças políticas ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), apoiou as críticas a Moraes e pediu a devolução dos pertences.
“Devolvam o passaporte do pastor Silas Malafaia. Devolvam o caderno de sermões do pastor. Algumas coisas não fazem sentido”, declarou Tarcísio durante seu discurso.
Ao ouvir gritos de “Fora Moraes”, o governador disse que a manifestação expressava o cansaço da população e concluiu sua fala afirmando acreditar na vitória do bem sobre o mal.
A manifestação na Paulista foi o quarto ato bolsonarista do ano e o segundo sem a presença do ex-presidente, que cumpre medidas cautelares determinadas por Moraes. Com a ausência de Bolsonaro, Tarcísio assumiu protagonismo político, fortalecendo seu posicionamento em defesa de anistia para Bolsonaro e outros envolvidos nos ataques de 8 de janeiro.
Nos últimos meses, Tarcísio tem estreitado relações com Malafaia e o núcleo bolsonarista, movimento considerado estratégico para a disputa presidencial de 2026.