Ter uma variedade maior de vegetais na alimentação diária não só traz novos sabores, mas também pode contribuir para diminuir o risco de desenvolver diabetes tipo 2, conforme revela estudo publicado recentemente no International Journal of Epidemiology.
O diabetes tipo 2, que prejudica a ação da insulina e eleva os níveis de açúcar no sangue, está associado a problemas no coração, nos rins e na visão. Atualmente, existem cerca de 589 milhões de adultos com diabetes no mundo, sendo mais de 16 milhões no Brasil, conforme dados da Federação Internacional de Diabetes.
Pesquisadores do Canadá, Alemanha, Itália, Espanha e outros países analisaram dados da pesquisa EPIC-InterAct, com 23.649 participantes acompanhados por quase uma década. Eles observaram que consumir entre quatro e cinco tipos diferentes de vegetais por dia — incluindo frutas, tubérculos, folhas e outras hortaliças — junto com proteínas vegetais como feijões, castanhas e sementes, está ligado a um menor risco de diabetes tipo 2.
Informações sobre o diabetes tipo 2
Esta forma de diabetes é crônica e ocorre quando o corpo desenvolve resistência à insulina, aumentando a glicose no sangue. Afeta principalmente adultos e está relacionada à obesidade e ao envelhecimento. Sintomas comuns incluem sede intensa, urinar com frequência, cansaço, visão turva, feridas que demoram a cicatrizar, fome constante e perda de peso sem motivo.
O tratamento envolve uso de medicamentos e, em alguns casos, insulina, além de mudanças no estilo de vida, como alimentação balanceada, perda de peso e exercícios regulares.
Embora existam limitações na pesquisa, como o uso de questionários, outras evidências indicam que aumentar o consumo de vegetais e reduzir alimentos de origem animal traz benefícios à saúde. As fibras presentes nos vegetais ajudam a manter os níveis de açúcar controlados, enquanto um cardápio com menos gordura saturada favorece a sensibilidade à insulina, explica a endocrinologista Cláudia Schimidt, do Einstein Hospital Israelita.
Já a nutricionista Maristela Strufaldi, da Sociedade Brasileira de Diabetes, reforça que não há alimentos milagrosos, mas escolhas saudáveis resultam em uma dieta equilibrada, fundamental para a prevenção.
Variedade colorida e alimentos regionais
Nos dias atuais, a alimentação tende a ficar repetitiva pela padronização dos ingredientes. Por isso, é importante diversificar os pratos para garantir vitaminas, minerais e antioxidantes que protegem o organismo, aconselha Cláudia Schimidt. Nossa biodiversidade oferece muitas opções saborosas e nutritivas, como frutas, hortaliças e castanhas nativas, que ainda apoiam a sustentabilidade ao serem adquiridas diretamente de pequenos produtores locais, reduzindo o impacto ambiental.
Outra dica é adquirir alimentos sazonais, que são frescos, saborosos, com menos pesticidas e geralmente mais baratos. Planejar as compras e variar verduras, legumes e leguminosas ajuda a sair da rotina alimentar, destaca Maristela Strufaldi. Alternar entre diferentes tipos de feijão, por exemplo, e usar temperos naturais são ótimas estratégias para enriquecer as refeições.
É fundamental lembrar que a alimentação saudável deve caminhar lado a lado com a prática regular de exercícios, que ajudam a melhorar o controle da insulina e favorecem a perda de peso. A recomendação é se exercitar cerca de 150 minutos por semana, escolhendo atividades que se encaixem no dia a dia de cada um, orienta Cláudia Schimidt.
Fonte: Agência Einstein