José da Cruz (nome fictício) chega todos os dias ao Restaurante Comunitário da Estrutural por volta do meio-dia com um objetivo simples: garantir sua refeição diária. Sem esse apoio, ele talvez não conseguisse se alimentar adequadamente. “Não tenho outro lugar para ir. Aqui, a comida é gratuita e sempre posso contar com ela”, relata ele, que vive em situação de rua e conta com esse serviço como uma verdadeira ajuda. “Saio daqui com a barriga cheia e satisfeito.”
O depoimento de José reflete o efeito das políticas públicas de segurança alimentar no Distrito Federal. Segundo o terceiro estudo temático do Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) divulgado recentemente, o número de pessoas em situação de rua que utilizam os restaurantes comunitários cresceu bastante.
Em 2022, apenas 13% das pessoas entrevistadas conseguiam se alimentar nesses locais. Agora, esse percentual subiu para 45,1%, um aumento de mais de 30 pontos percentuais. Além disso, 44,7% disseram que frequentaram os restaurantes pelo menos cinco vezes nos últimos seis meses, mais que o dobro dos 18,3% registrados anteriormente.
“Garantir o direito à alimentação é fundamental, e essa é uma prioridade da gestão pública. Os dados provam que os esforços do Governo do Distrito Federal, coordenados pela Casa Civil, estão trazendo resultados reais para as pessoas em situação de rua”, afirma o secretário-chefe da Casa Civil e coordenador da Política Distrital para essa população, Gustavo Rocha.
Para Marcela Machado, diretora de Estudos e Políticas Sociais do IPEDF, esses resultados mostram avanços importantes. “Esse recorte do Censo nos ajuda a entender melhor as condições de vida dessas pessoas, especialmente sobre como elas acessam a alimentação e segurança alimentar. É fundamental ter ações coordenadas que respondam às necessidades delas no DF.”
Hoje, o Distrito Federal tem 18 restaurantes comunitários em funcionamento, sendo 15 abertos todos os dias, inclusive feriados. Nos restaurantes, são servidas refeições completas e balanceadas no café da manhã, almoço e jantar por apenas R$ 2, e gratuitamente para pessoas cadastradas em situação de vulnerabilidade. Essa iniciativa é uma das principais ações do governo para promover dignidade e combater a fome.
Manoel Clementino, diretor-presidente do IPEDF, destaca a importância do uso de dados confiáveis para a gestão pública. “A comparação entre os censos revela o aumento do acesso da população em situação de rua aos restaurantes comunitários, evidenciando o impacto das políticas implementadas, como a expansão desses espaços. O IPEDF é crucial para apoiar o planejamento e a melhoria contínua dessas ações.”
Além do avanço na alimentação, a pesquisa indica desafios no cuidado à saúde, como sintomas de ansiedade, depressão e dores constantes entre essa população. Isso reforça a importância da integração entre saúde, assistência social e direitos humanos para o governo.
“A Casa Civil tem trabalhado para conectar as ações do governo, garantindo que os serviços cheguem de forma eficaz a quem precisa. Este estudo confirma que estamos no caminho certo para ampliar a dignidade, o cuidado e a proteção social em todo o DF”, conclui Gustavo Rocha.
A pesquisa foi realizada entre 4 e 7 de fevereiro de 2025 com 568 pessoas que estavam nas ruas ou em abrigos, conduzida pelo IPEDF em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes).
*Informações fornecidas pela Casa Civil e IPEDF