A Ouvidoria do Instituto Brasília Ambiental apontou um crescimento de 28,57% nos pedidos para manejo ou resgate de animais selvagens que vivem nas cidades, entre janeiro e agosto de 2025, comparado com o total de 2024. Neste ano, foram feitas 45 solicitações, dez a mais do que no ano passado.
O Brasília Ambiental é o órgão do Governo do Distrito Federal responsável por proteger o meio ambiente e promover o uso sustentável dos recursos naturais. Já o resgate dos animais selvagens é responsabilidade do Batalhão de Polícia Ambiental da Polícia Militar do Distrito Federal, que recebe as ocorrências encaminhadas pelo instituto.
O biólogo Thiago Silvestre, do Instituto Brasília Ambiental, explica que o aumento nos chamados está ligado principalmente ao crescimento da população e à expansão urbana em áreas antes cobertas por matas. Ele ressalta que algumas espécies, como urubus, saruês e saguis, conseguem se adaptar facilmente à cidade, pois não dependem de um alimento específico.
“Esses animais diversificam bastante sua alimentação e vivem bem na cidade porque encontram muitos abrigos e comida, como lixo nas lixeiras”, explica. “Os urubus aproveitam carcaças e restos de alimento, e os saguis encontram seiva, insetos e frutas nas árvores arborizadas de Brasília”, complementa.
Ele também destaca que esses animais escolhem seus habitats avaliando os riscos e os benefícios, e Brasília oferece mais vantagens que perigos. O crescimento nas solicitações também reflete uma maior consciência ambiental da população.
Thiago Silvestre conta que campanhas educativas ajudam a população a entender a importância de acionar órgãos ambientais para o manejo dos animais, evitando riscos tanto para eles quanto para as pessoas.
O que fazer
Ao encontrar animais selvagens em propriedades, as pessoas devem isolar o local e contatar o Brasília Ambiental ou o Batalhão Ambiental da PMDF. Em casos de ninhos, é importante observar se há ovos ou filhotes e procurar os órgãos para receber orientações específicas.
O biólogo reforça que os animais são protegidos por lei e que a destruição de ninhos é crime. “Se o animal não representa perigo à saúde das pessoas, a recomendação é esperar que ele saia sozinho e evitar que o local continue sendo um abrigo para outros animais”, orienta.
O contato com o Setor de Fauna do Brasília Ambiental pode ser feito pelo site do instituto, e-mail fauna@ibram.df.gov.br ou pelo WhatsApp (61) 99187-3064.
Respeito aos animais
A professora Priscila Chinaski seguiu as orientações do Brasília Ambiental quando encontrou um ninho de urubus em seu condomínio. Ela comunicou a imobiliária, que inicialmente queria remover os animais, mas concordou em esperar após orientação do Batalhão Ambiental.
Um biólogo do instituto visitou o local, indicou o tempo para os filhotes aprenderem a voar e deu dicas para evitar que a mãe abandonasse o ninho. Após os filhotes voarem, a reforma no prédio pôde começar.
Redução dos resgates
De janeiro a agosto, o Batalhão Ambiental da PMDF resgatou 1.105 animais selvagens, incluindo os pedidos do Brasília Ambiental e os chamados diretos. Foram feitas 257 solturas neste período. Esse número é 45,8% menor que no mesmo período de 2024, quando 1.612 animais foram resgatados.
A tenente Thays Gonçalves aconselha a população a ligar para o 190 se encontrarem animais selvagens em áreas urbanas ou rodovias. A polícia coleta informações, fotos, vídeos e envia uma viatura para o atendimento.
Com informações da Agência Brasília