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segunda-feira, 08/09/2025

Mais de 1 bilhão de pessoas têm problemas mentais, diz OMS

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De acordo com os relatórios World Mental Health Today e Mental Health Atlas 2024, divulgados recentemente pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1 bilhão de pessoas no mundo sofrem com transtornos mentais. Essa situação gera sérias consequências tanto para a vida das pessoas quanto para a economia global, e a OMS defende a ampliação dos serviços voltados para o cuidado e a promoção da saúde mental em todo o mundo.

Os estudos indicam que as mulheres são mais afetadas por esses transtornos, sendo que a ansiedade e a depressão são os mais comuns e aparecem em todas as regiões e faixas de renda. Esses problemas afetam pessoas de todas as idades e são a segunda maior causa de incapacitação prolongada. Além do impacto na qualidade de vida, aumentam os gastos com saúde e causam grandes perdas econômicas globalmente.

Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, ressalta que “Transformar os serviços de saúde mental é um dos maiores desafios da saúde pública”. Ele ainda enfatiza que investir em saúde mental é investir em pessoas, comunidades e economias e que o cuidado com a saúde mental deve ser um direito básico e não um privilégio.

Suicídio

A OMS informa que o suicídio causou cerca de 727 mil mortes em 2021, sendo uma das principais causas de morte entre jovens globalmente. A meta da ONU é reduzir em um terço as taxas de suicídio até 2030, mas o progresso atual indica que essa redução será de apenas 12% nesse período.

Desafios e avanços

Apesar de desafios, há avanços positivos. Muitos países já implementam programas para promover a saúde mental, incluindo ações para crianças, prevenção do suicídio e suporte psicossocial em emergências, que passou de 39% em 2020 para mais de 80% atualmente. Os serviços de atendimento ambulatorial e pelo telefone também cresceram, embora ainda de forma desigual.

No entanto, o investimento dos governos em saúde mental ainda é baixo, representando apenas 2% dos orçamentos de saúde desde 2017. Países ricos gastam cerca de US$ 65 por pessoa, enquanto países pobres gastam apenas US$ 0,04. A média global é de 13 profissionais de saúde mental por 100 mil habitantes, mas em países de baixa e média renda há uma escassez crítica desses profissionais.

Os países melhoraram suas políticas e diretrizes de saúde mental, mas poucas reformas legais foram feitas. Somente 45% dos países possuem leis que respeitam os direitos humanos na área. Menos de 10% completaram a transição para cuidados comunitários, com a maioria ainda dependendo de hospitais psiquiátricos, muitos com internações involuntárias e longas.

A falta de dados dificulta o acompanhamento: apenas 22 países forneceram dados suficientes sobre cobertura para pessoas com psicose. Em países pobres, menos de 10% das pessoas afetadas recebem tratamento, enquanto em países ricos essa taxa ultrapassa 50%.

Prioridades para o futuro

A OMS pede que governos e parceiros internacionais intensifiquem esforços para transformar os sistemas de saúde mental, destacando:

  • Garantir financiamento justo para os serviços;
  • Promover reformas legais e políticas que respeitem os direitos humanos;
  • Investir em formação e valorização dos profissionais da área;
  • Expandir os cuidados comunitários focados nas necessidades das pessoas.

Onde encontrar ajuda

Se você ou alguém que conhece está enfrentando dificuldades emocionais, existem serviços gratuitos e acessíveis:

Centro de Valorização da Vida (CVV): serviço gratuito que oferece apoio emocional 24 horas por dia, por e-mail, chat ou telefone 188.

Canal Pode Falar: iniciativa do Unicef para adolescentes e jovens de 13 a 24 anos, com atendimento via WhatsApp de segunda a sexta, das 8h às 22h.

Sistema Único de Saúde (SUS): Centros de Atenção Psicossocial (Caps) que atendem pacientes com transtornos mentais.

Mapa da Saúde Mental: oferece mapas e materiais de orientação sobre atendimento psicológico gratuito presencial e online.

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