A maioria dos brasileiros desaprova a decisão do governo dos Estados Unidos (EUA) de cancelar os vistos de entrada dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com a pesquisa Pulso Brasil, realizada pelo Instituto Ipespe e divulgada na quinta-feira (24/7), 57% das pessoas entrevistadas se manifestaram contra a medida.
Por outro lado, 37% dos entrevistados apoiam a decisão do governo americano, enquanto 6% preferiram não opinar ou não sabiam responder. A pesquisa ouviu 2.500 cidadãos brasileiros entre os dias 19 e 22 de julho, abrangendo todas as regiões do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais com um nível de confiabilidade de 95,45%.
A sanção foi divulgada na sexta-feira passada (18/7) pelo secretário de Estado americano, Marco Rubio, através de uma publicação na rede social X. Rubio afirmou que os vistos do ministro Alexandre de Moraes, de seus associados na corte e também de familiares próximos foram revogados.
Contexto das acusações contra Moraes
Alexandre de Moraes tem sido acusado de censura via ordens judiciais. Parlamentares dos EUA alegam que suas ordens atingem empresas e cidadãos americanos.
O conflito começou quando o ministro suspendeu o funcionamento da rede social X no Brasil em 2024, após a plataforma desobedecer decisões judiciais locais.
Além disso, ele foi alvo de uma ação judicial movida pela plataforma Rumble, apoiada por uma empresa ligada ao ex-presidente Donald Trump, buscando não cumprir as ordens de Moraes.
Em 21 de maio, Marco Rubio afirmou a possibilidade de sanções contra Moraes baseadas na Lei Global Magnitsky.
Desde o bloqueio da Rumble por Moraes, a rede e a Truth Social (ligada a Donald Trump) moveram processo contra ele em um tribunal da Flórida.
Sanções vão além de Moraes
Fontes ligadas a ministros, governo brasileiro e jornalistas internacionais indicam que, além de Alexandre de Moraes, outros ministros envolvidos teriam os vistos revogados: Luís Roberto Barroso, Flávio Dino, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Edson Fachin. Estariam excetuados André Mendonça, Nunes Marques e Luiz Fux.
Nos bastidores, cogita-se que também outras autoridades próximas a Moraes podem ser afetadas, como o procurador-geral da República, Paulo Gonet, responsável pela denúncia contra suspeitos de envolvimento em uma tentativa de golpe em 2022, e que se posiciona favoravelmente à prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro em suas alegações finais.