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sexta-feira, 22/11/2024
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Maia sai como grande perdedor em disputa na Câmara

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Apesar de ter recebido mais de 60 pedidos de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro, Maia, para muitos, não teve a mesma coragem de seu antecessor, Eduardo Cunha, para abrir um processo

(crédito: Ed Alves/CB/D.A. Press)

Apesar de serem do mesmo partido, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP), ex-presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente, acabaram ficando em lados opostos nas eleições no Congresso e tiveram desempenhos bem diferenciados.

Maia sai como o grande perdedor e menor, politicamente, por não conseguir emplacar um sucessor no comando da Câmara. Como botafoguense, o democrata fluminense está como o seu time de futebol, saindo da Série A do Brasileirão para jogar na segunda divisão e, dependendo do desempenho político ao longo deste ano, pode continuar rebaixado. Alcolumbre, por sua vez, saiu como o grande vencedor dos pleitos no Congresso — ao eleger o sucessor, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), com ampla vitória — e mostrou ser um articulador melhor do que o parlamentar da mesma legenda. Ele surge como o principal candidato para presidir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, de acordo com analistas.

“Alcolumbre sai muito bem relacionado com seus pares e como uma voz importante no Senado e, talvez, até pleiteando algum espaço no governo”, avaliou o cientista político Carlos Melo, professor do Insper. Já Maia está em uma situação completamente diferente. Na opinião dele, a divisão interna do DEM para apoiar Arthur Lira (PP-AL), em vez de Baleia Rossi (MDB-SP) à Presidência da Câmara, atingiu em cheio as pretensões futuras do deputado. “Isso abalou muito Maia como uma liderança que circularia da centro-direita para a centro-esquerda, capaz de articular uma frente em 2022, mesmo que ele não seja a cabeça da chapa, mas um patrocinador”, destacou. “Mas, a política é assim. Cada dia tem sua agonia e, aí, o desafio dele para tentar se reconstruir e se reinventar.”

Apesar de ter recebido mais de 60 pedidos de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro, Maia, para muitos, não teve a mesma coragem de seu antecessor, Eduardo Cunha, para abrir um processo e será lembrado como “covarde”, como escreveu, ontem, o expoente da nova esquerda Guilherme Boulos (PSol-SP). Apesar de ameaçar desengavetar uma ou todas as denúncias que recebeu contra o chefe do Planalto, em reunião do DEM na véspera, o parlamentar optou por não deferir os pedidos.

Como mostrou o Blog da Denise, do Correio, o destino de Maia ainda é incerto, mas ele pode até montar um partido. Ele está entre o Cidadania e o PSDB e, se possível, uma nova legenda, que reúna todos aqueles de centro que não querem seguir com Bolsonaro em 2022. A amigos, o deputado disse que a decisão estava tomada e “não é coisa de quem está de cabeça quente”. Ele é amigo de Luciano Huck há mais de 20 anos, informou o Blog. A perspectiva é de que, juntos, comecem a construir algo novo, rumo a 2022, e o problema para uma legenda é o tempo para a coleta de assinaturas.

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