15.5 C
Brasília
quinta-feira, 11/09/2025

Mães ucranianas dão à luz em abrigos subterrâneos em Odessa

Brasília
céu limpo
15.5 ° C
15.5 °
15.5 °
63 %
1kmh
0 %
qui
31 °
sex
33 °
sáb
33 °
dom
33 °
seg
31 °

Em Brasília

Na maternidade de Odessa, uma cidade portuária no sul da Ucrânia, o nascimento de bebês acontece ao som constante de sirenes e o temor de novos ataques. Na madrugada de quarta-feira (10/9), a Rússia lançou 458 drones e mísseis contra a Ucrânia, resultando em pelo menos uma vítima fatal.

A pequena Amelia dormia calma em seu berço transparente poucas horas após seu nascimento, no sábado (6), quando uma explosão atingiu um prédio residencial a apenas um quarteirão da maternidade.

“Descemos para o subsolo, foi muito assustador”, relata Olga, mãe da recém-nascida. “Podíamos ouvir os drones Shahed e as explosões. As janelas estavam bloqueadas, mas tudo tremia. Ficamos lá até as cinco da manhã, depois subimos. Porém, logo veio outro alerta, desta vez de mísseis Kalibr. Tivemos que descer novamente.”

Olga e seu marido hesitaram antes de decidir ter um segundo filho. A primeira filha do casal tinha menos de três anos quando a Rússia invadiu a Ucrânia, em fevereiro de 2022.

Pacientes buscam locais mais seguros

A guerra, que já dura mais de três anos, mudou a rotina da maternidade para um ciclo constante de alertas e evacuações. A diretora da unidade, Irina Golovotiuk Iouzovpolskaya, comenta que o número de nascimentos caiu 40% desde o início do conflito.

“Após noites como a do sábado para domingo, com ataques intensos, muitas mulheres decidem deixar o local. Na manhã seguinte, durante as consultas, ouvimos relatos de pacientes que partiram para dar à luz em lugares mais seguros, como na Moldávia.”

Preparação para o futuro em meio à guerra

Em um dos quartos do primeiro andar, Macha e seu marido Iaroslav se preparam para deixar a maternidade com o recém-nascido Micha. “Precisamos considerar seriamente adaptar nosso porão”, diz Macha, que enfrentou anos de dificuldades até engravidar com sucesso. “É guerra, sim, mas como viver sem filhos?”, reflete, acariciando o bebê. “Essas crianças deveriam crescer em paz, não em abrigos subterrâneos.”

A maternidade já sofreu danos devido a um bombardeio em junho, sem feridos. No entanto, os ataques persistem. Na noite de sábado para domingo, três pessoas — incluindo um recém-nascido — morreram em Kiev, onde drones e mísseis russos provocaram incêndios em diversos bairros. O prefeito Vitali Klitchko confirmou que duas mulheres estão entre as vítimas. O chefe da administração militar da capital, Timour Tkatchenko, acusou Moscou de atacar deliberadamente alvos civis.

Ataques durante a madrugada

A ofensiva russa contra a Ucrânia intensificou-se na madrugada de quarta-feira (10), com o lançamento de 458 drones e mísseis, conforme informado pela Força Aérea ucraniana. Foram usados 415 drones e 43 mísseis, causando pelo menos uma morte segundo autoridades locais. Esta operação está entre as maiores dos últimos meses.

A Ucrânia também informou que pelo menos oito drones russos cruzaram para a Polônia, país vizinho e membro da OTAN, que declarou ter abatido “objetos hostis” em seu espaço aéreo. Esse incidente reacende temores acerca da possibilidade de escalada regional do conflito.

Veja Também