Um acontecimento que deveria ser alegre tornou-se um pesadelo para a britânica Rachel Bradford, de 30 anos. Durante a gravidez, surgiram erupções na pele dela, inicialmente atribuídas às alterações da gestação. No entanto, conforme o parto se aproximava, os sintomas se agravaram.
Dores intensas, espasmos involuntários e uma sensação forte de queimação, acompanhados de bolhas e vermelhidão, faziam parte do quadro doloroso que Rachel enfrentava.
“Parecia que meu corpo estava em chamas o tempo todo, como se eu estivesse queimando viva. Rezava para que a dor cessasse. Não suportava mais e tinha a sensação de ser ignorada, ninguém levava meu sofrimento a sério”, contou a assistente social em entrevista ao jornal britânico Daily Mail.
Diante do agravamento, Rachel e o marido, Jack Bradford, buscaram atendimento em um hospital do sistema público britânico. Contudo, os médicos minimizaram os sintomas, assegurando que, após o parto, os incômodos desapareceriam.
Persistência dos sintomas após o nascimento
Com dores cada vez mais severas e membros inchados, Rachel teve que usar cadeira de rodas e não conseguiu realizar um parto natural, precisando passar por cesariana emergencial em 31 de maio de 2024.
Mesmo após o nascimento do bebê, os sintomas não cederam, contrariando as expectativas médicas. Somente em fevereiro deste ano foi identificado o diagnóstico correto.
Rachel foi diagnosticada com eritromelalgia e síndrome da dor regional complexa (SDRC), doenças crônicas que causam dor persistente e intensa em membros, frequentemente após algum trauma.
Sobre a eritromelalgia
A eritromelalgia é uma condição rara caracterizada pela dilatação dos vasos sanguíneos da pele, afetando principalmente os pés e as pernas, mas podendo atingir as mãos. Os sintomas principais são dor, vermelhidão e sensação de queimação.
A doença pode ter origem genética, estar associada a doenças autoimunes, distúrbios sanguíneos raros ou exposição a toxinas.
O tratamento busca prevenir crises por meio do uso de cremes, géis, sprays, comprimidos ou medicamentos administrados via injeção.
Busca por tratamento e impacto na vida
Com limitações físicas e incapaz de trabalhar, Rachel precisou adaptar radicalmente seu estilo de vida. A mobilidade reduzida dificulta os cuidados com o filho e o desempenho diário.
“Se Michael senta no colo da Rachel, mesmo que por poucos minutos, suas coxas inflamam. Ela é uma mãe excepcional, e vê-la tão limitada por uma condição que foge ao seu controle é doloroso”, comentou o pai do bebê.
Insatisfeitos com a assistência hospitalar, o casal lançou uma campanha de arrecadação para custear uma viagem à Itália e realizar a terapia scrambler, um tratamento não invasivo que ajuda no controle da dor crônica.