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sábado, 06/09/2025

Maduro treina militares com realidade virtual para enfrentar ameaças dos Estados Unidos

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Na última quinta-feira (4/9), o ministro do Interior, Justiça e Paz da Venezuela, Diosdado Cabello, esteve presente na inauguração de um centro de treinamento militar recém-estabelecido no estado de Carabobo. Este centro oferece treinamento não apenas para os militares venezuelanos, mas também para civis, utilizando tecnologia de realidade virtual.

Os Estados Unidos são frequentemente alvos das duras críticas do presidente Nicolás Maduro, que o acusa de possuir intenções imperialistas.

A legitimidade do governo de Maduro é contestada por uma parte significativa da comunidade internacional, que suspeita da existência de fraude nas últimas eleições realizadas na Venezuela. Tanto o ex-presidente Joe Biden quanto Donald Trump reconhecem o opositor Edmundo González como o verdadeiro vencedor do pleito venezuelano.

Maduro enfrenta acusações dos EUA de ser líder de um cartel e de estar diretamente envolvido no tráfico de drogas.

As instalações do centro de treinamento, estrategicamente localizadas no centro do país, foram apresentadas pela mídia estatal venezuelana, mostrando diversas salas dedicadas a treinos de tiro, correção postural e aulas teóricas de instrução militar.

Este espaço, promovido com grande destaque pelo governo de Nicolás Maduro, integra um plano mais abrangente de segurança nacional iniciado após as recentes ameaças feitas pelos Estados Unidos contra a Venezuela.

Nas últimas semanas, o líder chavista intensificou sua retórica militar e implementou diversas medidas para proteger a “soberania nacional contra o imperialismo”. Entre essas ações estão o envio de navios e aeronaves para patrulhas nas áreas costeiras, a convocação de cerca de 4,5 milhões de milicianos, além da mobilização de pescadores venezuelanos.

Outra iniciativa do governo chavista foi a implementação de “quadrantes da paz”, uma estratégia para dividir o território nacional em setores com vigilância policial e militar reforçada.

Pressão dos EUA contra a Venezuela

Desde que o governo dos EUA designou Maduro como chefe do cartel de Los Soles, a presença militar norte-americana na América Latina aumentou significativamente, sobretudo nas águas do Caribe próximas à costa venezuelana.

Além de enviar uma frota de navios de guerra, caças F-35 foram deslocados recentemente para áreas próximas à Venezuela, elevando ainda mais as tensões na região.

O Pentágono justifica essa movimentação alegando o combate a organizações ligadas ao tráfico, como o cartel de Los Soles.

Essa pressão dos EUA contra a Venezuela não é recente e precede a presidência de Donald Trump. Há muitos anos, autoridades americanas acusam membros do governo chavista de envolvimento com o tráfico internacional de drogas, oferecendo recompensas expressivas por informações que levem à prisão de Maduro e seus aliados.

Possibilidade de intervenção militar

Embora a Casa Branca tenha mencionado o uso de todo o poder norte-americano para combater essas organizações latino-americanas, o presidente dos EUA negou que as operações visem uma mudança de governo na Venezuela.

Porém, analistas consultados acreditam que ações mais duras contra o país não estão fora de questão. Classificando cartéis como grupos terroristas, os EUA conseguiram abrir espaço para medidas mais contundentes, incluindo ações militares em outros países sob o argumento da guerra ao terrorismo.

Segundo o doutor em Estudos Estratégicos Internacionais e pesquisador Ricardo S. De Toma, uma ação militar dos EUA que alterasse o cenário político venezuelano depende de múltiplas avaliações políticas e militares.

Ele destaca ainda que atacar a Venezuela e derrubar Maduro sem garantir estabilidade para uma transição política poderia gerar um vácuo de poder, semelhante ao ocorrido em outras intervenções dos EUA, trazendo consequências negativas para a Venezuela e países vizinhos, incluindo um possível aumento no fluxo migratório.

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