A situação no Caribe teve um novo desdobramento com a Venezuela e Trindade e Tobago entrando em conflito. Na segunda-feira (15/12), o governo da Venezuela anunciou a cessação dos contratos de fornecimento de gás natural para Trindade e Tobago, país este acusado de dar suporte às ações militares dos Estados Unidos na região.
Em um comunicado oficial, o governo de Nicolás Maduro acusou Trindade e Tobago de colaborar na apreensão de um navio petroleiro na costa venezuelana por forças americanas durante a semana anterior.
“Em decorrência desse ato grave que busca retirar ilegalmente o petróleo venezuelano, o governo da Venezuela decidiu cancelar imediatamente qualquer contrato, acordo ou negociação relacionada ao fornecimento de gás natural para Trindade e Tobago”, afirma o comunicado.
Desde 2023, os dois países mantinham um acordo para cooperação no setor de gás natural, onde a Venezuela enviava o gás que era processado em Trindade e Tobago e depois retornava ao país em forma de Gás Natural Liquefeito (GNL).
Este fim de acordo comercial, que trazia benefícios para ambos os lados, acontece após críticas feitas pela Venezuela à nova administração de Trindade e Tobago. Desde que Kamla Persad-Bissessar assumiu o cargo de premiê em abril, o país passou a ser acusado por Maduro de alinhar suas políticas com as dos Estados Unidos.
Entre os fatores que demonstram apoio à atuação americana na região estão exercícios militares conjuntos realizados entre as forças dos EUA e tropas de Trindade e Tobago, atualmente estacionadas localmente.
Apesar de alegações oficiais de combate ao tráfico de drogas na América Latina e no Caribe, a movimentação militar dos Estados Unidos na área – que já provocou o bombardeio de 23 embarcações – acontece em meio a ameaças contra Maduro. O governo americano acusa o presidente venezuelano de liderar o cartel Los Soles, grupo este recentemente rotulado como organização terrorista internacional pelo governo dos EUA.
