Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, e Nicolás Maduro, da Venezuela, indicaram a possibilidade de um encontro para tratar das crescentes tensões entre suas nações.
Na segunda-feira, o líder venezuelano declarou em um pronunciamento na TV estatal que uma reunião direta entre eles pode acontecer.
“Nosso país está em paz e assim continuará. Nos Estados Unidos, quem desejar dialogar com a Venezuela poderá fazê-lo cara a cara, sem dificuldades”, afirmou Maduro.
Ele destacou a importância de solucionar o conflito bilateral por meio do diálogo. “Reforçamos que somente através da diplomacia os países livres devem buscar entendimento e pontos em comum em interesses mútuos”, declarou.
Maduro também mencionou que o círculo político do presidente norte-americano tentou influenciá-lo a tomar uma decisão que seria prejudicial para sua carreira, “tentando fazer com que Trump cometa seu maior erro ao considerar ações militares contra a Venezuela, o que acabaria com sua liderança e reputação”.
No domingo, Donald Trump disse que Maduro deseja dialogar com a Casa Branca e não descartou uma reunião entre ambos.
“Podemos ter conversas com Maduro e ver no que isso vai dar. Eles querem conversar, mas o que isso significa? Não sei… Eu falaria com qualquer pessoa”, declarou Trump no Aeroporto Internacional de Palm Beach, Flórida.
É importante lembrar que em agosto, os EUA aumentaram para 50 milhões de dólares a recompensa por informações que possam levar à captura de Maduro. Washington classifica Maduro como líder do cartel Los Soles, considerado uma organização terrorista internacional.
Esta indicação surge no momento em que os EUA ampliam sua presença militar no Caribe por meio da operação Southern Spear (Lança do Sul), coordenada pelo Comando Sul e focada em combater grupos vinculados ao tráfico internacional.
No domingo, os Estados Unidos realizaram o 21º ataque no Pacífico e Caribe contra embarcações associadas ao crime, resultando na morte de três pessoas.
Trump ressaltou que ao rotular o Cartel de Los Soles como organização terrorista estrangeira, oferecem respaldo para atacar bens ligados a Maduro na Venezuela. “Isso nos dá autorização para agir, mas não anunciamos nenhuma ação específica”, disse.
O governo venezuelano critica o aumento da mobilização militar dos EUA, acusando-os de usar isso como pretexto para uma possível invasão. A situação gerou alerta depois que Trinidad e Tobago anunciou exercícios militares conjuntos com tropas dos Estados Unidos.
Trump insiste nas acusações contra Maduro de liderar redes de narcotráfico, o que o presidente venezuelano nega. Sobre uma possível intervenção terrestre, Trump se mostrou evasivo: “Não vou revelar meus planos para a Venezuela”, afirmou em entrevista recente à CBS.
