O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, criticou no sábado (15/11) o governo de Trinidad e Tobago por autorizar recentes exercícios militares em uma área marítima próxima ao estado venezuelano de Sucre. As manobras, que incluem tropas dos Estados Unidos, foram consideradas pelo mandatário como “irresponsáveis” e “ameaçadoras”.
De acordo com Maduro, as ações planejadas pelo país vizinho são uma forma de intimidação.
“Eles querem ameaçar uma nação como a Venezuela, que não se deixa intimidar por ninguém”, afirmou.
Respondendo à situação, o presidente convocou os habitantes das regiões leste da Venezuela a manterem “vigília e marchas constantes com a bandeira venezuelana”, em defesa da soberania e da paz na região.
Operação militar “Lança do Sul”
Em 13/11, o governo dos EUA anunciou a implantação da operação militar chamada Lança do Sul, atuando na América Central, América do Sul e Caribe, o que aumentou as tensões diplomáticas locais.
Nos últimos meses, uma frota de navios de guerra dos EUA, caças F-35 e o maior porta-aviões do mundo, o USS Gerald R. Ford, foram enviados ao Caribe.
Washington relatou 19 bombardeios a embarcações na área, supostos alvos do tráfico de drogas, resultando na morte de pelo menos 80 pessoas. Contudo, evidências claras dessa conexão não foram divulgadas.
Aumento da tensão no Caribe
Esses exercícios acontecem em meio a um período de tensão nas relações diplomáticas entre Caracas e Porto Espanha.
O governo venezuelano acusa os EUA de usar a luta contra o narcotráfico como desculpa para ampliar sua presença militar e pressionar o governo chavista.
Já Trinidad e Tobago alegam que as manobras são parte de uma rotina de cooperação para combater o tráfico transnacional.
Até o momento, o país caribenho não respondeu diretamente às acusações, mas autoridades de defesa afirmam que as atividades ocorrem em águas sob sua jurisdição.
Contexto das relações bilaterais
As relações entre Venezuela e Trinidad e Tobago são marcadas por discussões sobre fronteiras marítimas, fiscalização de embarcações e pressões migratórias.
Trinidad e Tobago, que abriga uma significativa comunidade de refugiados venezuelanos, mantém proximidade com os EUA em questões de segurança, o que desagrada Caracas.
Nos últimos anos, conflitos envolvendo apreensões de barcos de pesca, expulsões de migrantes e acusações bilaterais de violações territoriais acirraram as tensões políticas. As recentes manobras militares representam mais um ponto de conflito entre os países.
