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segunda-feira, 10/11/2025




Maduro critica EUA e alerta sobre influência da Doutrina Monroe

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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, endereçou uma carta aos líderes da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), durante encontro em Santa Marta, na Colômbia. No documento, ele solicitou uma resposta conjunta das nações da região em relação às operações militares que estão ocorrendo no Caribe, as quais já provocaram mais de 70 vítimas civis, conforme dados oficiais.

“O princípio fundamental em questão é claro e decisivo: a soberania dos Estados e o direito dos povos à autodeterminação livre. A Venezuela deixa claro que rejeita qualquer tipo de subordinação”, escreveu Maduro. Ele também acrescentou que não aceita que, usando justificativas como ‘segurança’ ou ‘combate ao narcotráfico’, seja imposta uma política antiga conhecida como Doutrina Monroe.

Essa doutrina, criada em 1823, foi uma política dos Estados Unidos que buscava impedir o envolvimento de potências europeias nos assuntos das Américas. Embora inicialmente vista como forma de proteção às novas nações independentes, ela acabou sendo usada para justificar a predominância dos EUA na região.

Partindo do local onde Simón Bolívar fez sua última proclamação, em 1830, o presidente venezuelano traçou um paralelo entre a tentativa de reconquista da Espanha em 1815, liderada por Pablo Morillo, e a atual movimentação de navios de guerra e submarinos nucleares no Caribe.

“Os métodos de cerco podem ter mudado, porém a essência permanece a mesma”, afirmou Maduro, relacionando eventos separados por dois séculos.

No documento, ele também comentou sobre denúncias apresentadas ao Conselho de Segurança da ONU, onde, segundo ele, os Estados Unidos teriam admitido seus atos ilegais. O presidente da Venezuela acusou as forças estadunidenses de possíveis execuções extrajudiciais sob o pretexto de combater o narcotráfico.

Maduro destacou que a atual situação representa uma reiteração da Doutrina Monroe e sugeriu que os países da região adotem a chamada “Doutrina Bolivariana” como novo princípio para garantir independência e soberania.

Ele relembrou que a CELAC foi criada em Caracas, em 2011, para promover a integração diplomática latino-americana e caribenha, excluindo os Estados Unidos e o Canadá, citando o ex-presidente Hugo Chávez que afirmou que apenas a união poderia libertar a região.

Na carta, Maduro listou quatro demandas essenciais:

  • Declarar a América Latina e o Caribe como uma Zona de Paz;
  • Condenar veementemente a militarização do Caribe;
  • Exigir uma investigação independente sobre as mortes ocorridas;
  • Implementar mecanismos para cooperação humanitária e defesa coletiva regional.

O líder venezuelano também reafirmou sua condenação ao bloqueio contra Cuba, qualificando-o como desumano e criminoso, além de criticar as sanções da União Europeia que, segundo ele, violam direitos fundamentais.

Maduro citou três documentos importantes da história bolivariana: a Carta da Jamaica (1815), o Congresso de Angostura (1819) e o Congresso Anfictiônico do Panamá (1826), lembrando que o último foi prejudicado por interesses de potências estrangeiras.

“Devemos impedir que a mesquinharia de forças externas ou a ambição de algumas elites nos separem”, concluiu o presidente venezuelano.




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