O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, declarou, neste domingo (12/10), que María Corina Machado é uma “bruxa maligna”. Esta foi a primeira manifestação de Maduro desde que a líder da oposição foi anunciada, na última sexta-feira (10/10), como ganhadora do Prêmio Nobel da Paz.
Durante um discurso em uma celebração do Dia da Resistência Indígena, o líder venezuelano não mencionou diretamente o nome de Corina Machado, nem citou a premiação concedida a ela pelo Comitê Norueguês do Nobel, mas fez referência de maneira indireta.
“Noventa por cento do povo rejeita a bruxa maligna de La Sayona”, afirmou Maduro. “La Sayona” é uma figura lendária de terror popular na América Latina.
“Queremos paz, e vamos conquistá-la, porém uma paz com liberdade, soberania, independência e igualdade. Não queremos a paz das ruínas de Gaza, nem a paz da morte”, disse o presidente. “Vocês acham que nosso povo está amedrontado? Acham que vamos nos render? Ninguém aqui vai ceder”, concluiu.
A líder da oposição recebeu o Nobel da Paz por seu empenho incansável na defesa dos direitos democráticos da população venezuelana e por sua luta pela transição justa e pacífica de um regime autoritário para a democracia, conforme informe da organização do Nobel.
Segundo o Comitê, Corina Machado tem sido uma figura central e harmonizadora em uma oposição política antes fragmentada, que se uniu em um objetivo comum: eleições livres e um governo legítimo.
No pleito presidencial venezuelano de 2024, a candidata de oposição foi proibida de participar por decisão judicial do país. As eleições, realizadas no final de julho, foram marcadas por falta de transparência, e a reeleição de Maduro foi contestada por diversas nações.
Desde então, a venezuelana tem mantido sua permanência em local reservado.
