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segunda-feira, 10/11/2025




Madero recebe 193 notificações por problemas trabalhistas em BH

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ARTUR BÚRIGO
BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) – Entre março e julho deste ano, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) realizou uma fiscalização que resultou em 193 notificações para estabelecimentos da rede de lanchonetes Madero em Belo Horizonte (MG).

Segundo a superintendência do órgão em Minas Gerais, a inspeção em 12 restaurantes e cinco alojamentos identificou um sistema de gestão que coloca os funcionários em situações de risco emocional e viola direitos trabalhistas.

Essa fiscalização apontou que a empresa costuma contratar jovens entre 18 e 25 anos, principalmente das regiões Norte e Nordeste, para trabalhar em locais distantes de suas cidades natais.

Nas unidades de Belo Horizonte, 16,6% dos funcionários são de Minas Gerais, e 71,6% são das regiões Norte e Nordeste, conforme a auditora Odete Reis, responsável pela fiscalização.

O grupo Madero afirmou que se compromete a respeitar as leis trabalhistas brasileiras e a cuidar do bem-estar de seus funcionários.

Em nota, a empresa destacou: “Temos orgulho de abrir portas para milhares de jovens de todo o país, especialmente onde o mercado formal é limitado. Muitos encontram no Grupo Madero a oportunidade de iniciar sua carreira profissional.”

A companhia está disposta a dialogar com as autoridades e revisa as notificações para fazer as correções necessárias.

De acordo com a fiscalização, os trabalhadores vindos de outros estados vivem em alojamentos da empresa com regras severas, como a proibição de receber visitas, até de familiares, e a obrigatoriedade de realizar limpezas em escalas definidas.

Também foi constatado que a empresa não oferece vale-transporte, o que faz com que os funcionários caminhem até 40 minutos para chegar ao trabalho.

As 193 notificações indicam possíveis infrações trabalhistas em áreas como jornada de trabalho, intervalos, registro profissional, estado dos alojamentos e falhas na gestão de saúde e segurança, incluindo a falta de medidas contra o assédio sexual e a não identificação dos riscos emocionais.

Cada infração pode resultar em multa para o grupo, que ainda pode contestar as penalidades financeiras.

A auditora Odete Reis informou que as notificações ainda estão sendo analisadas, mas o valor total das multas pode chegar a R$ 3,4 milhões.

A fiscalização identificou ainda práticas discriminatórias durante o processo seletivo, como perguntas sobre estado civil e filhos, além da preferência por candidatos de certa faixa etária.

O sistema de metas e bonificações foi considerado abusivo, com critérios subjetivos para prêmios como “destaque do mês” e avaliações de qualidade fora do controle dos trabalhadores.

O relatório foi enviado ao Ministério Público do Trabalho, Ministério Público Federal, Advocacia-Geral da União, Receita Federal e Previdência Social para que tomem as medidas legais necessárias.




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