Emmanuel Macron, presidente da França, anunciou nesta quinta-feira (11/9) o envio de três caças Rafale para ajudar a proteger o espaço aéreo da Polônia e fortalecer a presença no leste da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Essa decisão vem após a violação do território polonês por drones russos.
Macron disse que a medida foi tomada com o apoio do primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, do secretário-geral da Otan, Mark Rutte, e do premiê britânico, Keir Starmer. “Após as incursões dos drones russos, decidi enviar três caças Rafale para ajudar na proteção do espaço aéreo polonês e do flanco oriental da Europa com nossos aliados da Otan. A segurança do continente europeu é a prioridade máxima. Não vamos ceder às pressões crescentes da Rússia”, afirmou.
A situação se agravou depois que a Polônia confirmou a invasão de seu espaço aéreo por 19 drones russos entre terça (9/9) e quarta-feira (10/9). Pelo menos três desses drones foram abatidos por caças poloneses e aviões de países aliados. O governo polonês elevou o nível de alerta militar e ativou o Artigo 4 da Otan, que prevê consultas emergenciais para quando a segurança de um Estado-membro é ameaçada.
Donald Tusk comentou que os ataques “não foram acidentais” e que o país está preparado para reagir a novas provocações. Por precaução, o Aeroporto Internacional de Varsóvia foi fechado temporariamente, enquanto os Estados Unidos emitiram alertas para pilotos sobre atividades militares não planejadas na região.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, declarou que a Rússia está “testando a Otan” com esses ataques de drones, classificando a ação como uma escalada significativa. Ele afirmou que a Rússia tinha a intenção de violar não só a Polônia mas também o espaço aéreo da Bielorrússia, e que essa foi uma ação intencional para avaliar a resposta ocidental.
Zelensky reiterou a necessidade de criar um sistema conjunto de defesa aérea europeu para construir um escudo eficaz sobre a Europa e responder coletivamente às ameaças.
O incidente será tema de uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, marcada para sexta-feira (12/9), a pedido da Polônia e com apoio dos países europeus. O Kremlin nega ter lançado os drones de propósito, alegando um “erro de rota”. Contudo, aliados ocidentais consideram o episódio como a violação mais grave do território da Otan desde o começo da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022.