O presidente da França, Emmanuel Macron, declarou nesta segunda-feira (20/10) que a Ucrânia e a Europa devem estar diretamente envolvidas nas negociações entre os Estados Unidos e a Rússia para resolver o conflito no Leste Europeu.
Durante uma coletiva de imprensa na Eslovênia, após a cúpula do Grupo Mediterrâneo (MED9), Macron afirmou que nenhum acordo envolvendo o futuro da Ucrânia ou a segurança do continente europeu pode ser realizado sem a presença desses atores.
“Se o futuro da Ucrânia está em questão, os ucranianos precisam participar das negociações. E, se a discussão é sobre a segurança dos europeus, então os europeus também devem estar presentes”, afirmou Macron.
As declarações ocorreram poucos dias após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar uma nova reunião com o líder russo, Vladimir Putin, marcada para acontecer em Budapeste, capital da Hungria. O encontro foi agendado após uma ligação telefônica de 2h30 entre os dois líderes na semana passada.
De acordo com o assessor presidencial russo Yury Ushakov, Moscou e Washington iniciarão rapidamente os preparativos para a cúpula, cujo formato ainda não foi definido. Fontes em Bruxelas informaram que a União Europeia não foi previamente comunicada sobre a reunião, o que gerou desconforto entre os aliados ucranianos.
A fala de Macron ocorre após a reunião entre Trump e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, realizada na última sexta-feira (17/10) em Washington. O encontro não resultou em avanços concretos para Kiev, que buscava um acordo para o envio de mísseis de cruzeiro Tomahawk.
Após conversar com Putin um dia antes, Trump mostrou-se mais cauteloso e reconsiderou a possibilidade de fornecer os armamentos à Ucrânia. Zelensky evitou críticas diretas, mas reconheceu que Washington teme uma escalada no conflito.
Macron também confirmou que o presidente ucraniano participará de uma reunião da chamada “Coalizão dos Dispostos”, agendada para esta sexta-feira (24/10) em Londres. O grupo, liderado pela França e Reino Unido, busca garantir a segurança da Ucrânia após a guerra, inclusive com a possível criação de uma força internacional de garantia.
“Continuaremos apoiando a Ucrânia, que tem resistido com muita coragem”, afirmou Macron, mencionando que alguns líderes europeus participarão da reunião online.
Segundo o presidente francês, 26 países já demonstraram interesse em contribuir com tropas ou apoios à iniciativa, embora desafios logísticos e políticos ainda precisem ser superados.
Meanwhile, Zelensky expressed willingness to join the summit in Budapest if formally invited. “Although Budapest is not the perfect place, if it helps to seek peace, I will be there,” he emphasized.