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sexta-feira, 21/02/2025

Macron convoca líderes europeus para discutir guerra entre Rússia e Ucrânia

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O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, confirmou que o objetivo de Macron é reunir “os principais países europeus” para discutir a “segurança europeia” – (crédito: AFP)

A mobilização ocorre logo depois da interferência direta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao indicar que negociará diretamente com os russos

Convocados de emergência pelo presidente da França, Emmanuel Macron, líderes europeus se reúnem hoje, em Paris, para buscar uma solução diplomática para o fim do impasse que envolve a guerra entre Rússia e Ucrânia. A mobilização ocorre logo depois da interferência direta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao indicar que negociará diretamente com os russos para encerrar os confrontos armados.

A ideia é evitar a exclusão dos europeus, uma ameaça diante do avanço de Trump, que não procurou outros líderes na busca por alternativas à guerra. O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, confirmou que o objetivo de Macron é reunir “os principais países europeus” para discutir a “segurança europeia”.

Participarão da reunião em Paris representantes da Alemanha, da Polônia, da Itália, da Dinamarca e do Reino Unido, que não faz mais parte da União Europeia. Também estarão presentes o presidente do Conselho Europeu, António Costa, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o secretário-geral da Organização do tratado do atlântico Norte (Otan), Mark Rutte.

O chefe da diplomacia americana, Marco Rubio, admitiu ontem que “não será fácil” resolver o conflito. “Um processo rumo à paz não é questão de uma reunião”, ressaltou. Nos próximos dias, ele comanda uma delegação que irá a Riad, na Arábia Saudita, para discutir o assunto com os russos. “Ainda não há nada concreto”, completou. Pela primeira vez, ele mencionou a possibilidade de incluir a Ucrânia “e implicaria fim da guerra”. O assessor de Segurança Nacional, Michael Waltz, e o enviado para o Oriente Médio, Steve Witkoff, devem se unir a Rubio, em Riad.

Surpresa
Na última quarta-feira, Trump surpreendeu os europeus ao afirmar que havia conversado com o presidente russo, Vladimir Putin, para iniciar negociações sobre a Ucrânia. O anúncio fez com que os líderes europeus temessem ficar excluídos das negociações para colocar fim à guerra na Ucrânia, invadida pela Rússia em fevereiro de 2022.

A questão foi um dos temas da Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha, que terminou ontem. Na cúpula, o enviado especial do governo dos Estados Unidos para a Ucrânia, Keith Kellogg, afirmou, em resposta a uma pergunta sobre a participação europeia nas negociações: “Eu pertenço à escola realista, não acho que isso vá acontecer”.

O chanceler da França enfatizou que “somente os ucranianos podem decidir parar de lutar, e nós os apoiaremos enquanto eles não tomarem essa decisão”. Barrot acrescentou que: “(Os ucranianos) não vão parar até que tenham certeza de que a paz oferecida a eles será duradoura” e até que tenham garantias de segurança.

Reações
Para o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, a Rússia se prepara para “fazer a guerra” contra uma Otan debilitada após Trump reduzir o apoio à organização. Segundo ele, o norte-americano tem força o suficiente para pressionar Putin a negociar um cessar-fogo, mas alertou: não se deve confiar no russo. “Acreditamos que Putin fará a guerra contra a Otan”, disse Zelensky à NBC.

De acordo com o ucraniano, Putin tem claros planos expansionistas. “Não sei (se) vão querer 30% da Europa, 50%, não sei. Ninguém sabe. Mas terão esta possibilidade”, ressaltou Zelensky, apelando para que a Europa crie um “exército” próprio para contra-atacar os russos. “Realmente acredito que chegou o momento. As Forças Armadas da Europa devem ser criadas.”

Esse Exército, proposto pelo ucraniano, foi debatida há anos, sem sucesso. O alerta dele ocorre após o anúncio de enviados de Trump sobre a intenção de reunião na Arábia Saudita com seus contrapartes de Moscou e Kiev. “Não confiem nele. Não confiem em Putin”, destacou o ucraniano.

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