Belém – O presidente da França, Emmanuel Macron, declarou nesta quinta-feira (6/11), durante a Cúpula do Clima em Belém (PA), ter esperança positiva sobre o possível acordo entre Mercosul e a União Europeia, considerando isso muito favorável.
“Por vários setores, avaliamos que o pacto Mercosul-UE é bastante vantajoso. Sob a perspectiva geopolítica, essa negociação é importante, pois representa uma maneira eficaz de diversificação”, afirmou Macron.
“Estamos em negociação. Estou otimista, mas mantenho atenção cuidando dos interesses da França”, acrescentou.
O líder francês ressaltou também que a relação com o Brasil é estratégica e relevante.
Mais cedo, Macron participou de encontro bilateral com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O presidente brasileiro tem aproveitado essa reunião que reúne 57 chefes de Estado para tratar de temas além do clima, como o entendimento Mercosul-UE.
Na quarta-feira (5/11), Lula teve reunião com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Conforme o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, o acordo comercial foi pauta do encontro.
“A reunião foi muito produtiva. Discutimos a questão climática da COP e também a dimensão bi-regional do acordo Mercosul-UE. Ela reafirmou sua expectativa de que o pacto seja assinado em 20/12, na Cúpula do Mercosul no Rio de Janeiro”, disse Vieira.
As tratativas para o acordo comercial entre os blocos já ocorrem há 25 anos e entram na etapa final, com acordo previsto para dezembro de 2024 durante a cúpula do Mercosul no Uruguai.
Dentre os principais pontos, está a eliminação gradual de impostos no comércio entre países dos blocos, beneficiando até 92% das exportações.
O texto ainda necessita da aprovação da União Europeia via Parlamento Europeu, onde ao menos 15 dos 27 países do bloco devem aprovar para entrar em vigor.
A França apresenta obstáculos para assinatura do tratado devido à proteção do setor agropecuário nacional. No domingo (2/11), o ministro francês para Assuntos Europeus, Benjamin Haddad, declarou que não validaria o acordo sem garantias para defender a agroindústria local contra a competição inadequada.
