O presidente da França, Emmanuel Macron, declarou nesta quarta-feira (24/9), em Nova York, que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) precisa reforçar sua reação diante de possíveis novas provocações da Rússia, especialmente no espaço aéreo do Leste Europeu, mas sem recorrer ao abate de aviões. A declaração foi feita à imprensa francesa durante a Assembleia Geral da ONU.
“Se houver novas provocações, é necessário responder com maior intensidade”, explicou Macron, acrescentando que diante dos “testes” do exército russo, a resposta não incluirá disparos.
O líder francês destacou que a aliança já respondeu de forma proporcional, elevando seu nível de defesa, e que, em caso de novas incursões aéreas ou terrestres, será preciso intensificar a resposta, porém de maneira equilibrada.
O posicionamento de Macron difere do do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que afirmou durante encontro com o líder ucraniano Volodymyr Zelensky que países da Otan poderiam derrubar aviões russos em caso de invasão de seus espaços aéreos. Sobre a atuação das forças americanas, Trump disse que isso dependerá das circunstâncias, sem detalhar.
A tensão aumentou após recentes incidentes envolvendo caças e drones russos que invadiram o espaço aéreo da Estônia, Polônia e Romênia. Na sexta-feira (19/9), três caças russos MiG-31 penetraram por 12 minutos no espaço aéreo estoniano antes de serem interceptados por caças italianos da Otan.
Segundo autoridades ocidentais, essa ação possivelmente teve como objetivo testar a prontidão da aliança. Na terça-feira (23/9), o Conselho do Atlântico Norte condenou a Rússia, declarando que Moscou é totalmente responsável pelos riscos dessas ações que põem vidas em perigo e que a Otan e seus aliados usarão todos os meios militares e não militares necessários para se defender e dissuadir ameaças.
O comunicado reafirmou que a Otan continuará a reagir conforme a situação exigir, mantendo seu compromisso de apoiar a Ucrânia e proteger a integridade de seus membros diante da guerra não provocada do Kremlin.