Teerã liberou, nesta terça-feira (4/11), os cidadãos franceses Cécile Kohler e Jacques Paris, após mais de três anos de prisão. O presidente Emmanuel Macron fez o anúncio pela rede social X.
Cécile Kohler, 41 anos, e seu parceiro, Jacques Paris, 72, saíram da prisão de Evin e estão a caminho da embaixada da França em Teerã, conforme escreveu o presidente. Ele celebrou essa primeira etapa e afirmou que o diálogo continua para garantir o retorno deles ao país o quanto antes.
A libertação ocorre depois da soltura da iraniana Mahdieh Esfandiari, ocorrida em outubro. Ela, tradutora de 39 anos, havia sido presa em Lyon no início do ano por mensagens contra Israel nas redes sociais e acusada de apoiar o terrorismo.
De acordo com o ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Noël Barrot, Kohler e Paris estão seguros na residência do embaixador francês em Teerã, aguardando a libertação definitiva e aparentam boa saúde. O ministro também informou que a família foi contatada e uma equipe foi enviada para acompanhar o casal junto aos agentes da embaixada.
Os advogados do casal receberam a notícia como um novo começo, destacando que os dois passaram mais de 1.200 dias presos.
Cécile Kohler, professora de letras, e Jacques Paris, professor aposentado, foram detidos em 7 de maio de 2022, no fim de uma viagem turística ao Irã. Inicialmente, ficaram na temida seção 209 da prisão de Evin, local destinado a prisioneiros políticos e associado a isolamento e repressão.
Durante o conflito de doze dias entre Israel e Irã, foram transferidos para um local não divulgado pelas autoridades iranianas, o que gerou preocupações quanto às condições deles.
No mês anterior, Kohler e Paris receberam sentenças de 20 e 17 anos, respectivamente, sob acusações de espionagem e conspiração contra o regime, podendo enfrentar pena de morte. O governo da França rejeitou essas acusações desde o começo e classificou as prisões como arbitrárias.
Nos últimos dez anos, o Irã tem aumentado a detenção de cidadãos ocidentais, principalmente franceses, sob acusações de espionagem, utilizando essas prisões como ferramenta de pressão diplomática para negociações e concessões políticas. Estima-se que cerca de vinte ocidentais ainda estejam presos no país.
A libertação de Kohler e Paris encerra uma série de casos envolvendo franceses, após as liberações de outros cidadãos franco-iranianos e franco-europeus ocorridas nos últimos anos.
