Carlos Lupi, ex-ministro da Previdência Social, afirmou na sessão da CPMI do INSS que não participou de qualquer esquema envolvendo descontos ilegais contra aposentados e pensionistas. Ele ressaltou que sua saída do governo em maio foi motivada por uma influência política negativa contra ele, e não por razões éticas.
Segundo Lupi, “Posso ter cometido erros, mas jamais agi com má-fé. Nunca encobri irregularidades. Quem luta tanto pelos aposentados quanto eu, não existe”.
Durante o depoimento, Carlos Lupi destacou que compareceu ao Senado para colaborar e não como acusado. “Não sou investigado e não tenho qualquer acusação judicial pendente. Minha conduta sempre foi pautada pela honestidade, dignidade e pelo amor ao povo brasileiro”, enfatizou.
Ele deixou o cargo após uma operação da Polícia Federal revelar um esquema de cobranças ilegais no INSS. As investigações começaram a partir de reportagens do portal Metrópoles que mostraram que as entidades envolvidas chegaram a arrecadar cerca de R$ 2 bilhões em um ano, em meio a milhares de processos por fraudes nas filiações de segurados.
Essas reportagens impulsionaram investigações pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União, resultando na Operação Sem Desconto em abril, que levou à demissão do presidente do INSS e do próprio Lupi.
Na CPMI, Carlos Lupi foi o primeiro ex-ministro da Previdência a prestar depoimento. Ele comandava o ministério desde o início do governo Lula e saiu em meio à pressão após a deflagração da operação que afastou servidores do INSS suspeitos.
A saída de Lupi provocou divisões na bancada do PDT no Congresso, com os deputados deixando a base governista, enquanto os senadores permaneceram aliados ao Planalto.
Por acordo entre as lideranças, os ex-ministros foram convidados para depor, o que lhes deu mais flexibilidade para comparecer, diferentemente de convocados que são obrigados. Além dele, foi convidado o atual ministro da Previdência, Wolney Queiroz.
Por outro lado, 12 ex-presidentes do INSS foram convocados a depor, incluindo Alessandro Steffanutto, que presidiu o INSS durante a gestão de Lupi, foi afastado durante as investigações da Polícia Federal e posteriormente demitido pelo presidente Lula.