O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na terça-feira, 04, que entrará em contato diretamente com o presidente dos EUA, Donald Trump, caso as negociações sobre tarifas aplicadas pelos Estados Unidos não avancem rapidamente.
Os EUA aumentaram as tarifas sobre diversos produtos brasileiros em mais de 50%. Porém, Lula e Trump discutiram a chance de um acordo durante um encontro na Malásia, em outubro.
Lula explicou aos jornalistas antes da cúpula climática da ONU, COP 30, em Belém, que possui o telefone do presidente americano e não teria dificuldade em ligar para ele.
Ele disse ainda que, caso não haja uma reunião marcada entre seus negociadores e os americanos após a COP 30, fará uma nova ligação para Trump. Os principais negociadores do Brasil são o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro da Fazenda Fernando Haddad.
Além disso, Lula pediu que os países da América Latina trabalhem juntos para evitar um conflito na Venezuela, diante das ações militares ordenadas pelo governo de Trump contra embarcações associadas a cartéis de drogas.
Ele também considera participar de uma reunião da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos na Colômbia, onde o assunto das operações militares dos EUA na região será tratado.
Estas ações militares dos EUA no Caribe resultaram na morte de dezenas de pessoas acusadas de pertencer a um cartel dirigido pelo presidente venezuelano Nicolás Maduro. Maduro, por sua vez, nega as acusações e diz que elas servem como justificativa para a intervenção militar dos EUA naquela área.
Lula frisou que comunicou a Trump que a América Latina deve ser uma região pacífica e que não deseja que os EUA realizem uma invasão terrestre na Venezuela.
O presidente brasileiro também pediu que o colega americano considere a posição do ex-presidente dos EUA, George W. Bush, que participou de negociações para pacificar a Venezuela após a tentativa de golpe contra o presidente Hugo Chávez em 2002.

