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sexta-feira, 28/11/2025




Lula supera Trump em disputa tarifária, diz Financial Times

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Em um artigo de opinião publicado nesta sexta-feira (28/11) no jornal inglês Financial Times, a colunista Gillian Tett afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conseguiu superar o líder norte-americano Donald Trump na disputa tarifária, que incluiu taxas de até 50% sobre produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos.

“Na semana passada, Trump anunciou que algumas importações agrícolas do Brasil não seriam mais sujeitas à sobretaxa adicional de 40%. Em outras palavras: Lula saiu vitorioso”, escreveu Tett.

A colunista destacou o recuo da Casa Branca, que foi formalizado na última semana por meio de uma ordem executiva que eliminou as tarifas de 40% dos Estados Unidos sobre determinados produtos agrícolas brasileiros. Com essa decisão, as tarifas sobre carne bovina fresca, resfriada ou congelada, produtos de cacau e café, certas frutas, legumes e nozes, além de fertilizantes, foram zeradas.

No dia 14 de novembro, o governo dos EUA já havia anunciado a retirada das tarifas globais de 10%, mas alguns setores brasileiros ainda enfrentavam taxas de 40%.

Segundo o artigo, a Casa Branca reconhece que houve um “avanço inicial” nas negociações conduzidas após o contato telefônico entre Trump e Lula, que ocorreu em 6 de outubro. Esse diálogo abriu caminho para revisar a medida punitiva, que havia sido adotada sob a justificativa de que as políticas do governo brasileiro representariam uma “ameaça incomum e extraordinária” à segurança e aos interesses econômicos dos Estados Unidos.

A equipe brasileira de negociação, liderada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, pretende avançar na redução das tarifas sobre a indústria, que incidem sobre máquinas, motores, madeiras e alimentos industrializados.

Lula agiu com firmeza aos ataques, o que aumentou sua popularidade interna, além de ter defendido o Judiciário. O Supremo Tribunal Federal (STF) foi alvo de pressões dos Estados Unidos devido ao processo penal envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Trump tentou influenciar para que a iminente condenação de Bolsonaro fosse revertida, mas essa pressão não surtiu efeito. O ex-presidente iniciou recentemente o cumprimento de uma pena de 27 anos e 3 meses por liderar uma tentativa golpista para se manter no poder após a derrota nas eleições de 2022.

A colunista também fez uma brincadeira com o termo “Taco”, que em inglês significa “Trump Always Chickens Out” (“Trump sempre desiste”), apontando que muitos brasileiros podem agora perguntar-se como se diz “Taco” em português, talvez com um sorriso.

Principais aprendizados

  • A primeira lição é que a Casa Branca mostra mais sensibilidade ao custo de vida, algo apoiado por pesquisas recentes que indicam queda na confiança do consumidor e na aprovação de Trump.
  • A equipe de Trump busca formas de reduzir os preços dos alimentos, sendo a redução das tarifas agrícolas uma medida lógica.
  • A segunda lição é que países que adotam posturas firmes, como a China, costumam fazer os “valentões” recuarem. O Brasil teria usado essa mesma lógica para negociar com a administração americana, explorando seus pontos vulneráveis.
  • Por fim, a terceira lição envolve a distinção entre táticas e objetivos ao observar a Casa Branca, já que Trump frequentemente revela uma falta clara e lamentável de estratégia.




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